Celso Amorim teme que o conflito evolua para uma guerra mundial

Celso Amorim, assessor especial da Presidência, afirmou que não havia presenciado uma situação internacional tão delicada.

22/06/2025 17h23

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(Imagem de reprodução da internet).

O assessor-chefe da Assessoria Especial da Presidência da República, Celso Amorim, manifestou preocupação de que o ataque dos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas possa se transformar em um conflito global.

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Ele declarou em entrevista ao UOL neste domingo (22.jun.2025) que nunca testemunhou uma situação internacional tão tensa. “Estamos vivendo um momento de grande perigo”, afirmou.

A avaliação do diplomata não pressupõe necessariamente uma guerra mundial com o emprego de armas nucleares entre as potências, mas sim um conflito de grandes dimensões. “É improvável que um país com arma nuclear utilize outras potências nucleares. Acredito que o nível de insanidade ainda não atingiu esse ponto”, afirmou.

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O diplomata apontou dois conflitos que ele considerou “guerras graves”: um na Eurásia e outro no Oriente Médio. “Se os dois conflitos se intensificarem, como tem acontecido, já seria praticamente uma guerra mundial”, afirmou. Ele complementou: “Se somar a esse cenário a guerra tarifária, acredito que o mundo está correndo o risco de afundar como nunca vi”.

Amorim comparou a situação atual com a invasão do Iraque em 2003, mas apontou uma diferença fundamental: os Estados Unidos não consultaram o Conselho de Segurança da ONU antes de realizar a operação no Irã. “Nesse momento, ninguém temia uma guerra mundial. Hoje, eu temo”, afirmou.

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O embaixador brasileiro acredita que as ações recentes “representam uma ameaça ao povo iraniano, à região, ao risco de guerra, mas também à credibilidade da ONU e do Tratado de Não Proliferação”. O acordo internacional tem como objetivo impedir a disseminação de armas nucleares, estando em vigor desde 1970. Em 1995, foi estendido por prazo indefinido. Possui adesão de mais de 190 países. Israel é um dos poucos que não assinou o tratado.

Amorim declara que os ataques dos EUA podem gerar o efeito oposto ao desejado. “O que os americanos estão fazendo é incitar um país a desenvolver uma arma nuclear. Nesses circunstâncias, o poder de retaliação seria considerável”, afirmou.

O Ministério das Relações Exteriores condenou, no domingo, o ataque dos Estados Unidos às instalações nucleares do Irã. De acordo com o Itamaraty, a ofensiva constitui uma “violação da soberania” do país persa e “do direito internacional”.

Em nota, o órgão afirmou que o governo tem “grave preocupação com a escalada militar” no Oriente Médio. Disse também que os ataques militares israelenses e norte-americanos foram transgressões à Carta das Nações Unidas e às normas da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).

sobre o ataque dos EUA ao Irã.

Fonte por: Poder 360

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