Centrais sindicais exigem diminuição da carga horária e extinção do regime de 6 horas e 15 minutos em reunião no Rio Grande do Sul

A entrega de documento a Paim e Daiana Santos sugere a proposição de ações para combater o aumento tarifário proveniente dos Estados Unidos e em proteçã…

04/08/2025 17h49

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(Imagem de reprodução da internet).

As centrais sindicais gaúchas promoveram, na manhã de segunda-feira (4), uma plenária unificada para defender a redução da jornada de trabalho sem perda salarial e o encerramento da escala 6×1. O encontro reuniu todas as entidades sindicais do estado, economistas, advogados, parlamentares e lideranças políticas na sede da Associação dos Auditores-Fiscais da Receita Municipal de Porto Alegre (Aiamu), em Porto Alegre.

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A iniciativa da deputada federal Daiana Santos (PCdoB-RS) e do senador Paulo Paim (PT-RS) evidenciou a necessidade de assegurar condições de vida e trabalho adequadas à população. Na sessão plenária, o Fórum Estadual das Centrais Sindicais protocolou aos parlamentares um documento contendo demandas específicas.

O texto, intitulado “Em defesa da soberania, dos empregos, da atividade econômica e dos direitos trabalhistas”, critica a recente tarifação imposta pelos Estados Unidos e exige que o governo federal adote medidas concretas para atenuar os efeitos. Propõe ações para salvaguardar empregos, impulsionar a indústria e promover o investimento em inovação.

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As partes envolvidas no documento sustentam que a diminuição da jornada de trabalho, sem redução salarial, e o encerramento da escala 6×1 são ações de justiça social e desenvolvimento sustentável. Argumentam que essas medidas são cruciais para combater o desemprego, a informalidade e o comprometimento da saúde do trabalhador, além de constituírem um avanço significativo na distribuição do tempo de vida e da riqueza no país.

Na ocasião, o presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), Amarildo Cenci, ressaltou que a luta pela redução da jornada está ligada à soberania nacional: “Reduzir a jornada e acabar com a escala 6×1 é garantir tempo de vida, dignidade e resistência contra um modelo que ainda explora e aflige nossa população.”

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O presidente estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RS), Rodrigo Callais, considerou que o momento demanda união e determinação. “Estamos frente a um ataque direto aos direitos dos trabalhadores e à soberania nacional. A jornada exaustiva e o corte salarial devem ser combatidos com mobilização e pressão política.”

A vida não oferece tempo adicional.

A economista Anelise Manganelli, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), advertiu que a reforma trabalhista possibilitou retrocessos significativos, como o emprego excessivo do banco de horas, que desfaz os benefícios de uma possível diminuição da jornada. Ela afirmou: “A vida não tem hora extra. Um país que avança é aquele que distribui não apenas renda, mas também tempo de qualidade para o povo viver, cuidar da família e sonhar”.

O assessor especial Lucas Monteiro, da Secretaria de Relações Institucionais, representando o governo federal, declarou que a jornada vigente para a maioria dos trabalhadores é semelhante à escravidão e que a redução é uma questão de justiça civilizatória. Ele ressaltou que mais de 70% da população brasileira apoia a diminuição da jornada, embora a demanda enfrente resistência no Congresso Nacional.

É hora de seguir em frente novamente.

A deputada Daiana Santos ressaltou que o direito ao tempo também é uma questão de diversidade e inclusão: “Estamos falando de negros, LGBTs, mulheres, jovens, pessoas que não têm tempo para estudar, cuidar da saúde ou ver os filhos crescerem. Reduzir a jornada é permitir que esses sonhos não sejam interrompidos.”

O senador Paulo Paim concluiu o encontro reiterando a importância da luta por uma trajetória equitativa. “Desde a década de 1930, a classe trabalhadora enfrenta desafios para alcançar condições de trabalho mais adequadas. A influência dos sindicatos assegurou a redução das 44 horas semanais. É preciso seguir em frente agora.”

Com informações da CUT-RS e CTB/RS.

Fonte por: Brasil de Fato

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