CEO da Raízen afirma que a empresa retorna aos seus negócios centrais e busca diminuir sua dívida

A empresa encerrou a safra 2024/25 com uma dívida líquida de R$ 34,2 bilhões, representando um aumento de 78,9% em relação ao ano anterior.

14/05/2025 15h59

4 min de leitura

A Raízen voltou aos negócios principais, como produção de açúcar, etanol, bioenergia e distribuição de combustíveis, afirmou o CEO da companhia, Nelson Gomes, ao comentar os resultados da empresa que registraram prejuízo de R$ 2,5 bilhões no seu quarto trimestre fiscal e viram sua dívida avançar para mais de R$ 30 bilhões.

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O comentário foi realizado em um momento em que a empresa inicia a moagem da safra 2025/26, em um ciclo que verá a Raízen impactada pelo clima seco do ano anterior e pelas queimadas de 2024, com alguns canaviais não apresentando recuperação após o efeito do fogo.

Paralelamente, haverá um período caracterizado pela busca por redução do endividamento, que envolve a venda de ativos, em um cenário econômico instável e com aumento das taxas de juros.

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Gomes afirmou que a empresa, a maior processadora de cana do mundo e uma das maiores distribuidoras de combustíveis no Brasil, já implementou as alterações necessárias em cargos da organização, abrangendo lideranças e estratégias, bem como a cultura da empresa.

A administração da empresa considera as novas medidas como o começo de um processo para aprimorar a estrutura de capital.

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“O que esperar da Raízen nesta safra? Se eu puder resumir é foco no core business, disciplina de simplificação dos nossos negócios, tanto na operação de EAB (etanol, açúcar e bioenergia) quanto na distribuição de combustíveis, redução de despesas, racionalização de todos os nossos investimentos e, por último, não menos importante, a redução do endividamento”, disse Gomes.

A empresa, em joint venture com a Shell, projeta processamento de cana entre 72 milhões e 75 milhões de toneladas em 2025/26 (sem considerar a parcela desinvestida), o que representa uma redução em comparação com o volume de 2024/25 (78,2 milhões de toneladas), que já havia diminuído em relação a 2023/24 (84,2 milhões de toneladas).

A capacidade de moagem da Raízen, no entanto, excede as 100 milhões de toneladas de cana por ano, após assumir os ativos da Biosev há alguns anos.

O governo também declarou que a empresa prossegue com a venda de ativos não estratégicos, buscando maior eficiência e diminuição do endividamento.

Na última segunda-feira, a empresa anunciou a conclusão da venda da usina de Leme por 425 milhões de reais.

Também nesses últimos meses avançamos na reciclagem do portfólio de alguns de nossos ativos. Concretizamos já no trimestre passado a hibernação da MB (usina no interior paulista). Agora, esta semana divulgamos a venda da usina Leme, também no interior de São Paulo, disse Gomes.

Ele ressaltou que a empresa está em conformidade com a venda dos ativos de energia, mencionando a geração distribuída.

Toda essa reciclagem do portfólio e venda de ativos que estamos implementando e que continuaremos a implementar tem dois grandes objetivos: o principal e o mais importante, a redução do nosso endividamento, mas também buscando a simplificação da gestão dos nossos negócios.

A Raízen encerrou a safra 2024/25 com endividamento líquido de R$ 34,2 bilhões, crescimento de 78,9% em relação ao ano anterior, devido ao menor resultado operacional, ao elevado volume de investimentos em expansão e à redução de R$ 6,6 bilhões no saldo de operações de convênios com fornecedores e adiantamento de clientes, conforme relatório publicado na véspera.

Isso aumentou a alavancagem, com o índice de dívida líquida/EBITDA ajustado em 3,2x, em comparação com 1,3x no ano anterior.

Desafios

Líderes executivos envolvidos na videoconferência declararam que as ações são apenas o “início” de um processo para aprimorar a estrutura de capital.

Também evitaram comentar um prazo para o encerramento dos desinvestimentos, afirmando que existem processos em curso.

Este programa de desinvestimento auxilia na diminuição de um montante de dívida da empresa. Trata-se de uma jornada progressiva. No primeiro ano, sem considerar o impacto das vendas de ativos, não há um efeito de redução de caixa, pois ainda há um consumo de recursos. Afirmou o diretor financeiro e de Relações com Investidores, Rafael Bergman.

Em um ano, a situação ainda é desafiadora em termos de alavancagem. Por isso, estamos obtendo o suporte necessário para o processo de desinvestimento.

O executivo-chefe afirmou que a Raízen está remodelando a área de comércio, concentrando-se em operações com maior rentabilidade, com a diminuição de posições em mercados de risco elevado, como o açúcar branco.

Na área de distribuição de combustíveis, o CEO considerou que existem diversos desafios, porém as margens estão favoráveis e ainda há muitas oportunidades.

Ele antecipa o aumento das vendas de combustíveis com as iniciativas do setor no enfrentamento da informalidade, juntamente com ações direcionadas à rede de revenda dos postos Shell.

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Fonte: CNN Brasil

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