Um novo estudo, divulgado nesta segunda-feira (17), aponta para uma relação direta entre o desmatamento de áreas destinadas ao uso agrícola na região do Cerrado e o aumento da seca, impactando negativamente a produção de soja. A pesquisa, inicialmente compartilhada com a Reuters, revela que a redução na produtividade agrícola leva os agricultores a expandir ainda mais o desmatamento, agravando a degradação do segundo maior bioma do Brasil, o Cerrado, e dificultando os esforços de preservação ambiental.
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Análise de Dados e Estimativas de Perdas
A análise, conduzida pela Zero Carbon Analytics, examinou dados de produção, rendimento, exportação e preço da soja de 840 municípios do Cerrado entre 2013 e 2023. Os pesquisadores consideraram também dados sobre precipitação e níveis de aridez na região.
A estimativa é que, se o desmatamento não ocorresse, a produção de soja no Cerrado poderia ter aumentado em cerca de US$9,4 bilhões – o equivalente a quase 8% da produção total nos últimos dez anos.
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Aumento da Produtividade e Desafios Climáticos
Apesar do crescimento na produtividade da soja, impulsionado por novas tecnologias como sementes transgênicas e melhores insumos agrícolas, que resultaram em um aumento de quase 38% na produção, atingindo 3,62 toneladas por hectare em 2024/2025, a pesquisa destaca que o desmatamento gera impactos climáticos que superam as áreas afetadas.
A lacuna entre a produção real e a potencial, estimada em 34 milhões de toneladas de soja perdidas entre 2013 e 2023, evidencia o custo ambiental do desmatamento.
Produção de Soja no Brasil e o Cerrado
O Brasil, líder mundial na produção e exportação de soja e principal fornecedor para a China, deve colher cerca de 178 milhões de toneladas na temporada atual. A análise do estudo reforça a necessidade de equilibrar o desenvolvimento agrícola com a preservação do Cerrado, um bioma crucial para o clima e a biodiversidade do país.
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