China enfrenta crise na soja: exportações americanas em risco por excesso chinês

China enfrenta excesso de soja, impactando exportações dos EUA. Trégua comercial em curso, mas compras chinesas de soja americana são poucas. Soja brasileira ganha preferência no mercado

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(Imagem de reprodução da internet).

Excesso de Soja na China Impacta as Exportações Americanas

A China enfrenta um desafio significativo com um excesso considerável de soja, resultado de meses de importações recordes. Essa situação tem um impacto direto nas perspectivas de exportação dos Estados Unidos, apesar de uma recente trégua comercial, onde Pequim prometeu adquirir 12 milhões de toneladas de soja americana até o fim do ano e 25 milhões de toneladas anuais nos anos seguintes.

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No entanto, a realidade no mercado indica um cenário diferente, com poucas evidências de grandes compras por parte dos compradores estatais chineses.

Estoque Elevado e Margens Negativas

O problema central reside nos vastos estoques de soja acumulados nos portos chineses e nas reservas estatais. Em 7 de novembro, os estoques nos portos atingiram um pico de 10,3 milhões de toneladas, um aumento de 3,6 milhões em relação ao ano anterior.

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Além disso, os processadores mantiveram 7,5 milhões de toneladas, o maior volume desde 2017. Essa situação, combinada com margens de esmagamento negativas, limita o apetite de Pequim por novas compras, especialmente de soja americana.

Preferência por Soja Brasileira

Os compradores chineses têm demonstrado uma preferência clara pela soja brasileira, impulsionada por preços mais competitivos. Em dezembro e janeiro, a soja brasileira para embarque foi cotada em torno de US$480 por tonelada, incluindo custo e frete, em comparação com US$540 a US$550 por tonelada para cargas dos EUA.

Essa disparidade de preços, juntamente com os altos níveis de estoque, tem levado a um aumento nas reservas de soja brasileira para embarque em dezembro.

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Expectativas Desiludidas

Apesar das promessas de compras, as expectativas do mercado indicam que os compradores estatais chineses, como Cofco e Sinograin, não retomarão rapidamente as compras significativas. O governo chinês espera que seus parceiros comerciais cumpram os compromissos acordados, e o presidente Donald Trump se reserva o direito de ajustar as taxas tarifárias e outras concessões para garantir o cumprimento.

A situação demonstra a complexidade do cenário comercial entre os dois países.

Conclusão

O excesso de soja na China representa um obstáculo significativo para as exportações americanas, apesar da trégua comercial. Os altos níveis de estoque, as margens de esmagamento negativas e a preferência por soja brasileira contribuem para um cenário de poucas perspectivas de aumento nas compras chinesas, evidenciando a necessidade de um acompanhamento constante do mercado e das negociações comerciais entre os dois países.

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