China lidera Conselho da ONU em meio a crise entre Israel e Hamas sem solução imediata - ZéNewsAi

China lidera Conselho da ONU em meio a crise entre Israel e Hamas sem solução imediata

01/11/2023 às 12h00

Por: José News

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A China passará a ser a presidente do Conselho de Segurança da ONU a partir desta quarta-feira (1°/11). Ela substituirá o Brasil, que, infelizmente, não conseguiu chegar a um acordo para intervir no conflito entre Israel e o grupo Hamas.

A mudança na equipe de gestão traz consigo uma alteração na velocidade das discussões. No entanto, a troca de liderança não significa que a paz na Faixa de Gaza esteja próxima. Até agora, as 15 delegações votaram em quatro resoluções, mas não houve acordo em nenhuma delas.

O Brasil trabalha em uma quinta minuta, que trata da implementação de pausas humanitárias e da libertação de reféns. No entanto, o texto não foi finalizado antes do término do mandato. As tratativas seguem mesmo fora da presidência.

Segundo Vitor de Pieri, professor de geografia da Uerj, a troca de comando no conselho não terá impacto nas decisões recentes sobre o conflito no Oriente Médio, uma vez que as visões dos países sobre o assunto não serão alteradas.

De acordo com o professor, o Conselho de Segurança da ONU tem sido boicotado pelas potências ocidentais por causa de sua estrutura. O principal problema é o poder de veto dos seus membros, que dificulta a tomada de decisões em consenso.

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O Conselho de Segurança da ONU foi criado em 1946 com a fundação da organização. Ele é formado por 15 membros dos países que fazem parte das Nações Unidas. China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos são membros permanentes devido ao seu papel na Segunda Guerra Mundial.

Gestão brasileira

“O Brasil foi um sucesso”, destaca o professor Vitor de Pieri sobre a liderança brasileira. Segundo ele, o texto proposto pelo Brasil foi o mais perto de garantir paz no Oriente Médio. “O Brasil reconheceu os dois lados. Reconheceu que as ações do Hamas foram criminosas e reconheceu que o Estado de Israel não tem o direito de massacrar em função desses ataques”, ressalta.

A equipe brasileira teve um ótimo desempenho nas negociações do conselho, conseguindo elaborar um documento para intervir no conflito. A proposta do Brasil foi aprovada por maioria, com 12 votos a favor. Os Estados Unidos, que têm poder de veto por serem membros permanentes, não se opuseram à medida.

O Brasil propôs uma pausa humanitária para que ajuda pudesse ser entregue aos civis de maneira rápida e sem obstáculos. A ajuda incluiria produtos médicos, água e comida. Os EUA vetaram a proposta porque não incluía o direito de defesa de Israel.

Um míssil atinge a parte posterior de um minarete em Gaza.

Fumaça sobe após bombardeios de Israel em Tel el-Hawa, durante o 24º dia de conflito em Gaza.

Além da proposta brasileira, outras três entraram em apreciação, sendo duas da Rússia e outra dos Estados Unidos, mas nenhuma passou. Em discurso de encerramento, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, lamentou a falta de consenso para aprovação de uma resolução sobre o conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas.

O chanceler afirmou que o Brasil vai continuar trabalhando para apresentar um projeto que trate da crise humanitária em Gaza. Mesmo após o fim da presidência brasileira, o país seguirá dialogando com os membros do Conselho de Segurança para buscar um acordo sobre a situação urgente e grave no Oriente Médio, defendeu Vieira.

Aumento da intensidade do conflito

Paralelamente às discussões na cúpula em Nova York, o conflito está longe de um fim. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou, nessa segunda (30/10), que Israel descarta totalmente um cessar-fogo e disse que suspender a retaliação aos ataques do Hamas seria o “equivalente a uma rendição”.

O governo de Israel diz que está trabalhando para acabar com o grupo extremista Hamas que controla a Faixa de Gaza. No entanto, mais de 2 milhões de pessoas que vivem em Gaza estão sendo afetadas pela violência e pela falta de produtos essenciais.

Nesta terça, as Forças de Defesa de Israel bombardearam um campo de refugiados ao norte de Gaza. Imagens mostram uma cratera na região do bombardeio, além da mobilização dos palestinos pela retirada das vítimas dos escombros.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) divulgaram um comunicado confirmando que foram responsáveis ​​pelo ataque contra Ibrahim Biari, um dos líderes do ataque ocorrido em 7 de outubro.

“Ele também foi responsável por enviar os terroristas que realizaram o ataque de 2004 no porto de Ashdod, no qual 13 israelenses foram assassinados, e foi responsável por direcionar disparos de foguetes contra Israel e promover numerosos ataques contra as FDI, nas últimas duas décadas”, completa.

Registros que circulam nas redes sociais mostram que, entre as vítimas, há mulheres e crianças. De acordo com autoridades de Gaza, o ataque israelense deixou centenas de vítimas, entre mortos e feridos.

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