O presidente da China, Xi Jinping, propôs nesta terça-feira 13 uma relação mais estreita e de cooperação com a América Latina e o Caribe em um período de “confronto geopolítico” e “protecionismo”, em uma crítica direcionada aos Estados Unidos.
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Pequim receberá, nesta semana, governantes e delegações de países latino-americanos e caribenhos para o IV Fórum Ministerial China-CELAC, uma oportunidade de aproximação em meio à disputa comercial com os Estados Unidos.
Na última década, a China intensificou a cooperação econômica e política com uma região que já foi denominada “quintal” dos Estados Unidos.
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A China é o principal parceiro comercial do Brasil, Peru e Chile. O país realiza investimentos importantes no âmbito da Iniciativa Cinturão e Rota, que obteve a adesão de mais de dois terços dos países latino-americanos.
O comércio entre a China e a região ultrapassou a marca de 500 bilhões de dólares (2,83 trilhões de reais) no ano passado, conforme afirmou Xi.
Uma longa história de amizade
O retorno de Donald Trump à Casa Branca transformou a região em um importante campo de batalha no conflito entre o republicano e Pequim. Diversos países são pressionados por Washington para se posicionar.
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Xi exaltou o relacionamento cada vez mais próximo e censurou “a perseguição e a hegemonia” praticadas por outros países, durante a abertura do fórum com a presença dos presidentes do Brasil, Colômbia e Chile.
Apesar da distância geográfica entre a China e a América Latina e o Caribe, as duas regiões compartilham uma extensa história de relações amigáveis, declarou no discurso de abertura do fórum.
O presidente chinês propôs diversas iniciativas para “construir uma comunidade sino-latino-americana com um futuro compartilhado”, incluindo um fundo de 9,2 bilhões de dólares (52 bilhões de reais) em créditos para o desenvolvimento.
Diante da dinâmica de confrontos geopolíticos e de blocos, do auge do unilateralismo e do protecionismo, a China busca unir esforços à América Latina.
O Presidente Xi também propôs uma cooperação ampliada em setores como infraestrutura, agricultura, mineração, economia digital e energias renováveis, além do desenvolvimento de programas de formação e atuação na região no combate ao terrorismo e ao crime organizado.
Apenas com unidade e cooperação, os países podem assegurar a paz global e a estabilidade, além de impulsionar o desenvolvimento e a prosperidade mundiais, afirmou.
A China como elemento dinâmico.
Apesar da pausa de 90 dias na disputa comercial entre China e Estados Unidos, divulgada na segunda-feira, o tema foi um ponto central nos discursos de autoridades em Pequim.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a imposição de tarifas arbitrárias e o risco de iniciar uma nova Guerra Fria.
Lula destacou a relevância da China como “o segundo maior parceiro comercial da Celac” e “um dos mais importantes investidores diretos na região”.
A cooperação com a China representa um fator dinâmico para a economia local.
O comércio livre e justo, em benefício de nossos povos, é o caminho para o progresso e o desenvolvimento das nações, defendeu o presidente chileno, Gabriel Boric, que propôs “um salto de qualidade” na relação econômica com a China.
O presidente colombiano Gustavo Petro manifestou-se de forma contundente em relação ao governo Trump, criticando a política migratória, a ganância e o negacionismo em relação às mudanças climáticas.
Nesse contexto, Petro expressou seu pesar com a falta de progresso no diáentre as Américas e destacou a relevância de fortalecer as relações com regiões como Ásia, Europa e África.
O diácom outras regiões pode estar livre de autoritarismo e imperialismos.
O presidente de esquerda, em uma nova política externa, anunciou que usará sua visita a Pequim para assinar uma “carta de intenção” para participar da Iniciativa Cinturão e Rota.
Fonte: Carta Capital