China oferece US$ 9 bilhões em novos créditos à América Latina

A China assegurou aos chefes de Estado que ampliará as importações da América Latina e estimulará o aumento dos investimentos de empresas chinesas.

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(Imagem de reprodução da internet).

O presidente chinês Xi Jinping prometeu aumentar a presença da China na América Latina e no Caribe com uma nova linha de crédito de US$ 9 bilhões e novos investimentos em infraestrutura, embora o Brasil tenha alertado a região para não se tornar excessivamente dependente de financiamento estrangeiro.

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A segunda maior economia do mundo disponibilizará 66 bilhões de iuanes (US$ 9,18 bilhões) em crédito aos membros da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), afirmou Xi a delegados de aproximadamente 30 países reunidos em Pequim para a Reunião Ministerial Trienal do Fórum China-Celac.

A China e os países da América Latina e do Caribe são membros importantes do Sul Global. A independência é nossa gloriosa tradição, o desenvolvimento e a revitalização são nossos direitos naturais, e a equidade e a justiça são nossa busca comum.

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O presidente Xi afirmou aos líderes, incluindo Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro, que a China também aumentará as importações da América Latina e estimulará os investimentos das empresas chinesas na região.

O fórum se concretiza diante da busca de diversos países da América Latina e do Caribe por acordos comerciais mais favoráveis com os Estados Unidos, após a imposição de tarifas no “Dia da Libertação” pelo presidente Donald Trump.

A China reiterou sua oposição às taxas, enquanto o presidente brasileiro solicitou que a região não se tornasse excessivamente dependente das maiores economias do mundo.

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É importante que compreendamos. Não depende de ninguém. Não depende do presidente Xi Jinping. Não depende dos Estados Unidos. Não depende da União Europeia. Depende, pura e simplesmente, se queremos ser grandes ou se queremos continuar pequenos.

O Brasil tem se aproximado da China, buscando aproveitar a chance de exportar mais produtos agrícolas para o maior consumidor de alimentos do planeta, em um cenário de redução das importações americanas.

Da compra de US$ 240 bilhões em produtos feitos na China pelos países do Celac no ano anterior, cerca de 40% foram provenientes do Brasil.

O comércio bilateral entre a China e o bloco da Celac atingiu US$ 515 bilhões em 2024, conforme dados da alfândega chinesa, superando os US$ 450 bilhões de 2023 e os US$ 12 bilhões de 2000.

Esforços

A China tem aumentado seus esforços nos últimos anos para se tornar o principal parceiro de desenvolvimento da região, embora a iniciativa global de infraestrutura de Xi tenha enfrentado dificuldades em alguns países, incluindo o Panamá.

A China também intensifica seu envolvimento como uma forma de pressionar Taiwan. Setes dos doze países que possuem laços diplomáticos oficiais com a ilha, que Pequim considera uma de suas províncias, são da região.

Haiti e Santa Lúcia, que reconhecem Taiwan, enviaram representantes a Pequim para a cúpula da Celac.

A nova linha de crédito, chamada iuan, será bem aceita em diversas capitais, afirmam analistas, ainda que o financiamento não seja útil para os países que enfrentam dificuldades para quitar dívidas em dólar.

“Eles estão realizando muitos mais negócios baseados em iuan como esse, principalmente para acordos de swap de crédito que permitem ao país tomador de empréstimo transacionar em RMB (iuan) em vez de dólares”, afirmou Eric Orlander, cofundador do China-Global South Development Project.

É possível argumentar que se trata de uma vitória para a América Latina, no sentido de que obter acesso a capital não é mais tão fácil como antes.

O financiamento é inferior a 40% do valor disponibilizado por Pequim no Fórum inicial China-CELAC em 2015. Em virtude da desaceleração econômica, também houve redução na disposição de concessão de empréstimos.

Xi também anunciou que as viagens sem visto serão estendidas a cinco países, sem especificar quais.

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Fonte: CNN Brasil

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