A China anunciou nesta terça-feira uma significativa redução nas tarifas de importação de carne suína da União Europeia. O valor total da medida é superior a US$2 bilhões, em um movimento que ocorre após uma longa investigação antidumping.
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A decisão é vista como uma resposta às tarifas que a UE impôs sobre veículos elétricos chineses, gerando um cenário de negociação entre os dois blocos comerciais.
As novas tarifas, que entrarão em vigor a partir de quarta-feira, variam entre 4,9% e 19,8% e serão aplicadas por um período de cinco anos. Essa redução representa uma melhoria considerável em relação à decisão preliminar de setembro, que previa taxas entre 15,6% e 62,4%.
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Importadores receberão um reembolso das tarifas pagas desde a data da investigação inicial.
Essa medida representa um alívio para produtores europeus que dependem fortemente do mercado chinês, especialmente para produtos como orelhas e pés de porco, que têm menor demanda em outras regiões. A situação econômica do setor de suínos na China também é um fator importante, com o país enfrentando um excesso de oferta e queda nos preços da carne suína.
“Este resultado reflete 18 meses de esforços conjuntos para encontrar uma solução negociada para essa questão e outras disputas comerciais entre a China e a UE”, afirmou Even Rogers Pay, diretor da consultoria Trivium China. A decisão surge em um contexto de negociações retomadas entre os dois blocos, com a China buscando um acordo sobre as tarifas de veículos elétricos.
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A pressão por tarifas mais baixas também veio de líderes regionais espanhóis, que se reuniram com o embaixador da China nas últimas semanas. Essa busca por tarifas mais favoráveis ocorre em paralelo com a abertura da Espanha para o investimento chinês no setor automotivo.
A China foi responsável por 17,6% das exportações de carne suína da UE em 2024, atrás apenas do Reino Unido.
Apesar da redução, especialistas preveem que as tarifas ainda podem impactar os segmentos mais sensíveis a preço da carne suína importada, beneficiando as empresas chinesas de criação de suínos, que têm enfrentado preços baixos da carne suína durante o ano.
A expectativa é que a importação de carne suína ajude a mitigar a deflação dos preços dos alimentos.