Chumbo em ovo de Páscoa: entenda o que é e os riscos do pesticida

30/04/2025 às 13h26

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(Imagem da internet).

O relatório da Polícia Civil do Maranhão identificou que o ovo de Páscoa envenenado que matou duas crianças em Imperatriz (MA) continha chumbinho. Apesar do nome, o raticida não é composto de chumbo, mas de uma série de compostos químicos que são muito tóxicos ao organismo humano.

A produção, comercialização e uso de chumbinho são crimes, e dezenas de pessoas morrem anualmente no Brasil devido ao contato, na maioria das vezes acidental, com a substância. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aponta que aproximadamente quatro mil pessoas são internadas em hospitais anualmente no Brasil devido ao chumbinho.

A formulação do chumbinho costuma ser feita com agrotóxicos. Estudos apontam que o aldicarbe é a substância mais comum, estando presente em cerca de metade das amostras coletadas no país. Outros compostos identificados são o carbofurano, o terbufos e o metomil.

Alta toxicidade e sintomas rápidos.

O aldicarbe, principal componente do chumbinho, é um inibidor da colinesterase, enzima crucial para o funcionamento do sistema nervoso. Sua ação resulta em sintomas colinérgicos, como salivação excessiva, vômito, suor intenso, contração das pupilas e diarreia.

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De acordo com a Anvisa, os efeitos costumam aparecer em menos de uma hora após a ingestão. Além dos sintomas já mencionados, podem ocorrer dor abdominal, tremores, taquicardia, visão turva e secreção excessiva nos brônquios. A progressão do quadro pode resultar em falência respiratória e óbito.

A falta de embalagem oficial impede a circulação de informações sobre o uso, antídotos ou dados médicos pertinentes. Em casos de intoxicação, recomenda-se atendimento médico imediato. O disque-Intoxicação 0800-722-6001 pode ser acionado gratuitamente.

Desde 2012, a produção, o comércio e o uso de qualquer produto contendo aldicarbe são proibidos no Brasil. Anteriormente, medidas restritivas já limitavam seu uso a culturas e regiões específicas, com distribuição controlada.

Especialistas alertam que a exposição ao aldicarbe pode ocorrer também por inalação ou contato com a pele. Crianças, por pesarem menos, são particularmente vulneráveis à intoxicação. Cães e gatos são frequentemente vítimas quando encontram o veneno em áreas abertas.

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Fonte: Metrópoles

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