Cid afirma que deixou de fora valores referentes a um incidente em regime de detenção

A verba seria destinada a financiar atividades em acampamentos próximos às instalações militares; ele afirma desconhecer o valor exato do montante recebido.

09/06/2025 18h59

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O tenente-coronel Mauro Cid declarou, na segunda-feira (9.jun.2025), que não informou ter recebido recursos do general Braga Netto devido ao choque vivenciado no dia de sua prisão. O valor seria destinado às atividades do grupo que arquitetou um plano de golpe em 2022.

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A declaração foi feita durante o depoimento perante a 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), que iniciou a inquirição dos réus no núcleo central do processo por tentativa de golpe de Estado. Cid informou que o major Rafael Martins de Oliveira lhe solicitou recursos para financiar acampamentos em frente aos quartéis. Ele encaminhou a solicitação a Braga Netto, que o aconselhou a buscar auxílio com representantes do PL (Partido Liberal).

Após a recusa, Cid retornou a conversar com Braga Netto. Segundo ele, o general forneceu uma quantia em dinheiro no Palácio da Alvorada. “Não tenho o valor preciso, mas não se tratava de R$ 100 mil. Pela quantidade, aparentava ser menor. Ele me passou no Alvorada”, declarou Cid, que informou que o valor estava “em uma caixa de vinho”.

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O ex-ajudante de ordens afirmou acreditar que os recursos tinham origem em empresários do agronegócio.

O ministro Alexandre de Moraes ressaltou que a informação não constava nos dois primeiros depoimentos de Cid. Leia abaixo o diá

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Moraes: É bom deixar claro que, no 1º depoimento, o senhor não mencionou esse fato. Após a Polícia Federal advertir o juízo e houver o pedido de decretação da sua prisão, o senhor foi informado de que ela poderia ser decretada caso se comprovasse alguma omissão. A partir disso, o senhor retificou o depoimento e trouxe esses fatos. Confirma?

Sim, senhor. Eu não falei isso à Polícia Federal naquele dia porque foi justamente o dia da prisão. Fiquei muito abalado, não consegui reagir nem organizar as ideias para entender o que estava acontecendo. Eu tinha uma ideia formada do que era a situação, e tudo mudou. Pessoas foram presas, amigos meus. Aquilo me abalou. Depois, quando fui falar com o senhor, já tinha conversado com meus advogados, e conseguimos organizar as informações para colocar no papel.

Interrogatórios

Transmissão ao vivo:

A Primeira Turma do STF iniciou nesta segunda-feira (9.jun) o interrogatório dos réus no núcleo central do processo penal por tentativa de golpe de Estado. De acordo com a PGR, os integrantes desse grupo teriam sido responsáveis por liderar as ações da organização criminosa que visavam impedir a posse de Lula.

Pertencem ao grupo:

Os depoimentos devem ser concluídos até quinta-feira (13.jun). O primeiro a ser ouvido é Mauro Cid, que firmou um acordo de colaboração com o STF. Os demais réus serão ouvidos em sequência, em ordem alfabética. A ordem foi estabelecida para que todos tenham ciência do que o delator declarou e, assim, possam exercer o devido processo legal.

Todos os réus do núcleo estão obrigados a comparecer nos interrogatórios, mas podem permanecer em silêncio e responder a algumas ou nenhuma pergunta. O relator, ministro Alexandre de Moraes, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e os advogados podem fazer perguntas. Se outros ministros da 1ª Turma comparecerem, também podem questionar os réus.

Após as audiências, os réus não precisam mais comparecer. A única pessoa do grupo que não irá até o plenário da 1ª Turma é o general Braga Netto, que está preso preventivamente no Rio de Janeiro desde dezembro. Ele participa por videoconferência.

Os interrogatórios são parte da fase instrutória do processo criminal – momento de coleta de provas. As testemunhas do Ministério Público e da defesa já prestaram depoimento e ainda podem ser produzidas provas documentais e periciais, caso sejam solicitadas pelas partes e autorizadas pelo relator, ministro Alexandre de Moraes.

Podem ser realizadas, eventualmente, investigações adicionais para esclarecer pontos relevantes durante a instrução. Só após essa fase a acusação e as defesas devem apresentar suas alegações finais e Moraes elaborará o relatório final para o julgamento.

Fonte por: Poder 360

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