Você já se perguntou por que as torradas sempre caem da mesa com o lado da manteiga virado para baixo? O resultado é sempre este, independentemente do acompanhamento escolhido. Geleia, queijo, patê, cremes e outras opções sempre terminam de cabeça para baixo.

A investigação foi guiada por essa questão enigmática, levando o cientista inglês Robert Matthews a receber o prêmio Ig Nobel de Física em 1996. A premiação, concedida pela revista científica Annals of Improbable Research, homenageia anualmente aqueles que desenvolvem ciência com um toque de humor.

Matthews explicou que a chamada Lei de Murphy da Torrada, que leva esse nome por ser uma ramificação da famosa Lei de Murphy, que afirma que tudo o que pode falhar irá falhar.

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Com minha formação em física, decidi calcular a matemática e a física disso, e consegui demonstrar que pedaços típicos de torrada, caindo de mesas ou pratos típicos, começam a girar ao passar da borda. O problema é que a taxa de rotação não é rápida o suficiente para trazer o lado da manteiga para cima novamente antes que atinja o chão, explicou Matthews em entrevista exclusiva à CNN.

Se o tamanho do pão tosa fosse muito diferente, ele giraria em uma velocidade distinta, ou se a superfície da mesa apresentasse uma altura distinta, haveria mais tempo para retornar totalmente com o lado da manteiga para cima.

Ele também explicou que o resultado não depende do peso do recheio ou da densidade do pão, já que a torrada cai em queda livre e, conforme Albert Einstein explicou em sua teoria da gravidade, seu peso é desprezível.

Como lidar com a Lei de Murphy da Torrada

O professor da Aston University, de Birmingham, foi convidado pela Enterogermina para elaborar um pão de queijo que desafiasse a teoria que lhe garantiu o prêmio igNobel. A ideia era produzir uma versão que resistisse à Lei de Murphy e sempre permanecesse de pé.

Segundo Matthews, não era viável solucionar o problema ajustando a altura da mesa, visto que seria indispensável uma queda livre de três metros de altura para que o torrão tivesse tempo adequado para girar e cair com o lado da manteiga voltado para cima.

Raros são os lares que possuem mesas tão elevadas, não é uma situação viável. Assim, a opção é considerar o uso do pão tostado, principalmente o tamanho do pão tostado”, declarou.

A ideia de Matthews consistia em alterar o formato da torrada, fazê-la cair da mesa ou do prato para o chão sem rotação.

É praticamente impossível fazer algo com uma torrada que passa lentamente pela borda e cai. Contudo, ocorre algo nos casos em que a torrada é derrubada após alguém esbarrar em você, por exemplo.

Ele, então, necessitou de inúmeras tentativas para explorar as diversas possibilidades de alteração nas torradas e desenvolveu, em colaboração com Nuño García, chef renomado com 12 estrelas Michelin ao longo de sua trajetória, um formato pequeno o suficiente para cair da mesa sem girar.

As dimensões finais foram: 5 centímetros de largura, 4 centímetros de profundidade e de 0,5 a 0,8 centímetros de altura. Um outro ponto forte foi a inclusão de um pequeno orifício interno, semelhante ao de uma peça de quebra-cabeça, para aumentar o atrito, reduzir as chances de rotação e garantir que ela permanecesse no chão.

A nova torrada apresentou o lado com a manteiga voltado para cima em aproximadamente 75% das ocasiões durante um estudo científico. O formato convencional apresentou a manteiga para baixo em cerca de 63% dos casos.

Veja o vídeo que detalha o projeto.

A anomalia de gravidade no Oceano Índico pode ter sido explicada.

Fonte: CNN Brasil