Através do projeto Lunar Hatch, cientistas buscam implementar uma ideia singular para o sustento dos astronautas: a criação de peixes no espaço, visando ampliar as opções alimentares dos viajantes. Segundo o projeto liderado pelo pesquisador em biologia marinha Cyrille Przybyla, seriam transportados ovos fertilizados de robalo ao espaço, com a expectativa de que eclodiriam durante a viagem até a Estação Espacial Internacional (ISS).
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O peixe é uma fonte notável de proteína devido à sua fácil digestão pelos organismos animais. A alimentação também fornece ômega 3 e vitaminas essenciais do complexo B, importantes para manter a massa muscular de astronautas no espaço, conforme afirma um cientista do Instituto Nacional Francês de Pesquisa Oceânica.
O sistema proposto por Przybyla visa estabelecer um sistema de aquicultura na superfície lunar, utilizando os recursos lunares, incluindo o gelo polar. Os resíduos dos peixes seriam utilizados como alimento para algas, consumidas por moluscos e zooplâncton. As fezes dos robalos seriam recicladas por camarões e vermes, que alimentariam os próprios peixes.
Já haviam sido enviados outros peixes ao espaço, incluindo o fundulo ou peixinho em 1973, um aquário de lebistes em 1976 e peixes-zebra em 2015 e 2024. Contudo, esta será a primeira vez que os animais não serão utilizados em testes científicos, mas sim como fonte de alimento.
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Conceito foi testado na Terra.
Realizaram-se simulações na Terra para avaliar a viabilidade do projeto e aprimorá-lo. Com o suporte do Centro Espacial da Universidade de Montpellier, os embriões de robalo passaram por uma simulação da propulsão do foguete russo Soyuz e resistiram às vibrações sem comprometer seu desenvolvimento. Foram conduzidos também testes de resistência à hipergravidade e radiação cósmica.
Atualmente, os cientistas do projeto buscam implementá-lo, enviando os ovos de robalo a uma missão espacial para comparar os resultados obtidos na Terra e no espaço. “Infelizmente, não podemos indicar quando isso ocorrerá, mas esperamos que seja em um futuro próximo”, afirma Przybyla.
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Fonte: Metrópoles