Modelos de inteligência artificial já estão sendo utilizados para prever o risco de um paciente desenvolver determinadas doenças. Agora, um novo estudo apontou que a IA consegue diagnosticar com alta precisão as chances de câncer de pulmão. Os resultados foram publicados na revista PLOS Medicine.
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IA pode prever riscos com precisão
Pesquisadores da University College London e da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, usaram dados do UK Biobank e do US National Lung Screening Trial para desenvolver modelos para prever o risco de uma pessoa ter câncer de pulmão nos próximos cinco anos.
Eles utilizaram conjuntos de dados para experimentar mais de 60 modelos diferentes de aprendizado de máquina e determinar qual era o mais eficaz em prever os riscos para a doença.
Após concluída esta etapa, eles combinaram quatro deles. A IA foi alimentada com apenas três variáveis: idade da pessoa, há quantos anos fumava e número médio de cigarros consumidos por dia.
O resultado foi um sistema capaz de prever o risco de câncer de pulmão com a mesma ou maior precisão em comparação com os melhores modelos disponíveis.
Nosso estudo mostra que a inteligência artificial pode ser usada para prever com precisão o risco de câncer de pulmão usando apenas três informações que seriam fáceis de reunir durante consultas de rotina de GP, online ou por meio de aplicativos.
Segundo os pesquisadores, a nova tecnologia tem o potencial de simplificar o rastreio a nível populacional da doença. Uma limitação do estudo foi que ele foi baseado em dados retrospectivos do Reino Unido e dos EUA. No futuro, eles pretendem adicionar dados de mais regiões do planeta para ter uma abordagem mais amplia.
Câncer de pulmão
O câncer de pulmão é a principal causa de morte por câncer em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Já o tabagismo é o maior causador de câncer de pulmão, respondendo por 85% de todos os casos. Foram cerca de 1,8 milhão de mortes em 2020, segundo dados oficiais.
Os sintomas do câncer de pulmão incluem dor no peito, falta de ar, tosse que não desaparece, tosse com sangue, fadiga, perda de peso e infecções pulmonares recorrentes.
Detectar a doença nos estágios iniciais pode levar a um melhor resultado, uma vez que há tratamentos mais eficazes disponíveis.