Na Índia, cientistas notaram que crocodilos-persas estavam participando de comportamentos anômalos, tais como: caça coletiva, utilização de galhos como armadilha para seduzir aves aquáticas num perímetro notável e também a inédita ação de resgate de um cachorro selvagem que estava sendo atacado por outros cachorros.
Tudo isso foi relatado em um artigo publicado no Journal of Threatened Taxa, que sugere que os animais da espécie Crocodylus palustris que habitam o rio Savitri, na cidade indiana de Maharashtra, são cognitivamente mais avançados do que se pensava.
Foram registrados vários casos em que grupos de crocodilos-persas nadaram em círculos ao redor de cardumes, criando um vórtice para encurralar os peixes e devorá-los, mostrando uma ação de caça em conjunto.
Em outros, os animais pareciam usar varas para atrair garças-vaqueiras (Bubulcus ibis). Os galhos são usados por essas aves na construção de seus ninhos, e a competição por esses itens pode ser intensa entre elas. Assim, um galho posicionado em um focinho de crocodilo pode parecer uma opção tentadora.
Os autores também disseram que os crocodilos parecem ser atraídos por guirlandas de flores de calêndula (Tagetes erecta) lançadas no rio durante os ritos fúnebres. Eles acreditam que esses animais podem ser seduzidos tanto pela cor das flores quanto por suas propriedades antibacterianas. No entanto, os crocodilos não foram observados interagindo ou consumindo as flores – eles somente foram encontrados próximos a elas.
Crocodilos têm empatia?
No entanto, talvez o comportamento mais intrigante realmente tenha sido observado quando um filhote de cachorro foi perseguido no rio por uma matilha de cães selvagens adultos. Em vez de comer o animal, três crocodilos-persas pareciam empurrá-lo de volta para a costa.
Os répteis guerrearam o animal de estimação para se afastar do local, onde ele estaria exposto a ser agredido pelo grupo de cães ferozes que aguardavam na beira do rio. Conforme relatado no texto, tais répteis efetivamente tocaram o cão com o seu focinho e o instigaram a se mover para uma área elevada na margem, visando à sua salvação em definitivo.
Os autores interpretaram essa ação como empática – sugerindo que os crocodilos podem ter se preocupado com a segurança do cão. Embora seja interessante que eles não tenham consumido uma presa óbvia, há poucas evidências de que os crocodilianos sejam capazes de ter empatia por outras espécies.