Citi investe em stablecoins e defende digitalização econômica, afirma Driss Temsamani em entrevista à EXAME

O Papel das Stablecoins na Economia Digital

As stablecoins representam um avanço significativo na criação de uma forma de dinheiro que se alinha com a economia digital, já predominante nas sociedades atuais. Essa afirmação é de Driss Temsamani, líder de Digital para as Américas no Citi, em entrevista à EXAME.

Temsamani destaca que “é um futuro que já precisamos hoje”. Ele enfatiza que a economia digital já está em pleno desenvolvimento, onde as pessoas consomem, aprendem e trabalham de maneira digital, necessitando de um meio financeiro que suporte esse crescimento.

Exploração das Stablecoins pelo Citi

O executivo revela que o Citi está avaliando as stablecoins, que são criptomoedas atreladas a outros ativos, e não descarta a possibilidade de criar uma stablecoin própria. Contudo, ele ressalta que a regulação e a demanda dos clientes serão cruciais para o futuro de qualquer iniciativa nesse sentido.

Leia também:

Bitcoin enfrenta tendência neutra a negativa; especialista analisa cenário e comportamento dos preços

Brasil pode transformar padrão financeiro global com Pix e Drex, aponta McKinsey e Valor Capital

Altcoins despencam aos menores níveis desde o colapso da FTX com queda no apetite por risco

Temsamani observa que o mercado está passando por uma “aceleração” devido à necessidade de evolução do dinheiro para uma forma digital, que deve ser regulada para garantir a confiança e a estabilidade do sistema financeiro. Ele argumenta que uma economia que opera 24 horas por dia não pode depender de dinheiro físico.

Digitalização e Inclusão Financeira

O executivo defende a digitalização da economia como um meio de facilitar a vida em diversas sociedades, sempre com foco na inclusão financeira e no impacto social positivo que novas tecnologias podem trazer. Ele menciona que o setor privado tem liderado essa inovação, criando modelos de negócios que antes não existiam.

Temsamani acredita que a tecnologia blockchain pode proporcionar uma infraestrutura para a criação de diferentes tipos de tokens e aplicações. Ele ressalta que a evolução do blockchain é essencial para a migração para uma economia mais ampla.

Interoperabilidade e Criptomoedas

O líder do Citi lembra que as criptomoedas têm sido discutidas desde 2008, inicialmente como uma classe de ativos para investimento. Ele menciona a primeira transação em blockchain realizada com a Nasdaq, destacando a busca do Citi por entender como essa tecnologia poderia modernizar a infraestrutura do mercado financeiro.

Temsamani acredita que a crescente demanda dos clientes por criptomoedas e os avanços regulatórios têm mudado o cenário, acelerando a discussão sobre o uso dessas moedas em operações financeiras.

Futuro da Economia Digital

O executivo vê um futuro onde a economia digital será baseada em uma infraestrutura tokenizada, com regulação e supervisão adequadas. Ele enfatiza a importância da interoperabilidade para criar um ecossistema interconectado, que permita transferências instantâneas de valor e informação.

Temsamani ressalta que essa economia pode não depender exclusivamente das stablecoins, mas sim de um “dinheiro de Banco Central” que garanta proteção, seja uma CBDC ou uma stablecoin emitida por empresas.

Regulação das Stablecoins

O executivo defende que a regulação das stablecoins, especialmente no que diz respeito à garantia de reservas, é fundamental para manter a estabilidade do sistema financeiro. Ele acredita que, se essa regulação for implementada, haverá um avanço rápido na adoção de CBDCs e stablecoins.

Temsamani conclui que o Citi está explorando as stablecoins, mas isso não garante a criação de uma criptomoeda própria. A inovação será guiada pela demanda dos clientes e pelas regulações vigentes, assegurando que as iniciativas estejam alinhadas com as necessidades do mercado.