Cerca de 60 mil pessoas foram obrigadas a se retirar da área de fronteira entre Tailândia e Camboja nesta sexta-feira (25), no segundo dia de confrontos entre os dois países. O Ministério da Saúde da Tailândia informou que os refugiados se deslocaram para abrigos temporários em quatro províncias de fronteira afetadas pelo conflito. No Camboja, 4 mil pessoas precisaram se retirar de áreas próximas à fronteira.

Tensões

As tensões iniciaram no final de maio após o falecimento de um militar cambojano em um embate na fronteira entre as forças de ambos os lados. O conflito intensificou-se na quarta-feira, 23, com a ocorrência de ferimentos em cinco soldados tailandeses decorrentes da detonação de uma mina terrestre em área contestada pelos dois países. As autoridades tailandesas afirmaram que as minas haviam sido instaladas recentemente em locais que ambas as partes haviam previamente considerado seguros. O incidente levou à expulsão do embaixador do Camboja do país e à retirada do embaixador tailandês do país vizinho.

O Camboja rejeitou a versão tailandesa como “acusações infundadas”, afirmando que inúmeras minas não detonadas e outras munições são um legado de guerras e distúrbios do século XX. A fronteira de 800 quilômetros entre a Tailândia e o Camboja é disputada há décadas, mas os confrontos passados foram limitados e breves. A última grande escalada, em 2011, resultou em 20 mortos.

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Conflitos

O exército tailandês informou ocorrências de confrontos na madrugada desta sexta-feira em diversas áreas, incluindo ao longo da fronteira em Chong Bok e Phu Makhuea na província de Ubon Ratchathani, em Phanom Dong Rak na província de Surin, e próximo ao antigo templo de Ta Muen Thom. A Tailândia comunicou que um militar e 13 civis, entre eles crianças, foram mortos, além de 15 soldados e 30 civis terem sido feridos. O principal funcionário do Camboja na província de Oddar Meanchey, Khov Ly, relatou a morte de um homem na quinta-feira, 24, após um ataque tailandês atingir uma pagoda budista onde ele se encontrava. Pelo menos quatro civis na província também ficaram feridos na mesma data.

O exército tailandês negou ter bombardeado locais civis no Camboja e acusou o país vizinho de usar “escudos humanos” ao posicionar suas armas perto de áreas residenciais. O Camboja também afirmou que ataques aéreos tailandeses atingiram áreas próximas ao templo de Preah Vihear, um local que é patrimônio mundial da UNESCO.

Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Fernando Dias

Fonte por: Jovem Pan