Clubes sugerem regulamento “não pagou, não joga” para combater atrasos financeiros no futebol

Fluminense, Flamengo, Fortaleza e Inter propõem sistema para evitar que clubes endividados disputem competições.

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Líderes de Fluminense, Flamengo, Internacional e Fortaleza justificaram a adoção de um sistema que proíba clubes com dívidas de participarem de competições no Brasil.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A proposta foi apresentada durante o II Simpósio de Direito Esportivo, ocorrido na sexta-feira (16.mai.2025), na sede do Fluminense, localizado nas Laranjeiras, zona sul do Rio de Janeiro.

Formulário de cadastro

LEIA TAMBÉM!

O encontro reuniu os presidentes Mário Bittencourt (Fluminense), Bap (Flamengo), Alessandro Barcellos (Internacional) e o CEO Marcelo Paz (Fortaleza), representantes de 3 clubes da Liga Forte União (LFU) e um da Libra.

A direção pretende estabelecer instrumentos para enfrentar o não pagamento de dívidas no futebol brasileiro. A medida se justifica diante do desequilíbrio nas competições causado por clubes que contratam jogadores com salários que não possuem condições financeiras de sustentar.

No debate, mencionou-se o caso do Brasileiro de 2024, onde o Fluminense disputava o rebaixamento frente a clubes paulistas. Um exemplo citado foi o Corinthians, que contratou três vezes mais jogadores na janela de transferências do meio de temporada e conseguiu assegurar a classificação para a Libertadores.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, propôs uma solução direta: “A Fifa já controla os pagamentos. Mas existe uma solução simples: não pagou, não pode jogar. Se comprou o jogador e não pagou, não joga. Basta o clube notificar por e-mail. Se você o tirar da rodada, já volta a ter equilíbrio competitivo. Não precisa ter transferban, é só impedir quem não pagou de jogar. Automaticamente, ele vai parar de contratar.”

Durante o evento, também foi citado um caso em que o Fortaleza foi eliminado de uma competição, embora, segundo os dirigentes, o clube estivesse em dia com suas obrigações, ao contrário do adversário.

Apesar da defesa conjunta do fair play financeiro, foi constatado no simpósio que o Internacional possui uma dívida com o Flamengo relacionada à contratação do volante Thiago Maia, realizada em 2024.

Bap, presidente do Flamengo, comentou sobre as SAFs no Brasil: “A sugestão do Mário é boa, simples, fácil e rápida de implementar. Mas entendo que, com o tempo, devem haver punições esportivas, como perda de pontos. Existem SAFs, clubes de tamanhos diferentes… Ah, mas clube virando SAF vai pagar tudo. Tem clubes reconhecidamente fortes hoje em dia que viraram SAF e não pagam ninguém. Onde não houver sanção, não acredito que haverá solução, pelo menos nesse aspecto.”

Alessandro Barcellos, do Internacional, questionou quem seria o responsável por fiscalizar o sistema: “Vamos montar um fair play financeiro, mas precisa ter um controlador. Vai ser essa CBF aí? A CBF ou será quem? Nós vamos ter capacidade de construir uma liga que tenha instrumentos para controlar o fair play financeiro? Concordo com todas as reflexões. Acho que o fair play não pode ser algo limitador. Espero que ele tenha um processo completo, que envolva todas as questões do futebol. Temos dúvidas de atletas que nem estão mais aqui, contas a pagar que muitas vezes são menores do que contas a receber.”

Marcelo Paz, diretor do Fortaleza, solicitou maior eficiência dos órgãos já existentes: “Compreendo também que a CNRD (Câmara Nacional de Resolução de Disputas), que já existe na CBF, precisa ser mais rápida, eficaz e menos política. Quanto ao banimento de transferências da Fifa, que se aplica apenas a transações internacionais. A CNRD ainda é muito lenta, interfere politicamente, demora para julgar e avaliar”.

A proposta ainda necessita ser formalizada e submetida aos órgãos competentes do futebol brasileiro. Não há prazo determinado para eventuais alterações nas regras vigentes.

Fonte: Poder 360

Sair da versão mobile