Colecionadoras contestam ocorrência de surto envolvendo bebês “reborn”: “Apenas marketing”

Diferentemente do que se divulga nas redes sociais, a expectativa de colocar bebês reborns em cima de recém-nascidos não é uma prática comum, afirmaram as colecionadoras.

04/05/2025 2h36

2 min de leitura

Imagem PreCarregada
(Imagem de reprodução da internet).

São Paulo — A febre dos bonecos reborn tem gerado polêmicas nas redes sociais devido aos vídeos de roleplay (interpretação) divulgados pelas colecionadoras.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Nossos vídeos de roleplay são puro marketing para auxiliar no engajamento”, afirma Elaine Alves, colecionadora de bonecas reborn há quase 20 anos e que possui perfis dedicados ao assunto. Para ela, a expectativa de maternidade que as pessoas atribuem às “mães reborn” não se aplica.

Elaine afirma que as pessoas tendem a considerar os bonecos como se fossem filhos, o que não é o caso.

LEIA TAMBÉM:

Eu não conheço nenhuma colecionadora que trate um bebê reborn como um filho de verdade. Tenho carinho e apreço na minha coleção porque sei admirar a arte reborn, admitiu Nane, como é conhecida no Instagram e no TikTok.

Elaine afirmou que a autenticidade do vídeo influencia diretamente o engajamento e, o faturamento, visto que a maioria das colecionadoras que produzem roleplay é monetizada e recebe remuneração pela publicação desse tipo de conteúdo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Andréa Janaina, de Itapevi, é colecionadora há 10 anos e também é uma cegonha, uma pessoa que produz bebês reborn, há 8 anos. Para ela, a coleção é um hobby, e os bonecos ficam guardados dentro do guarda-roupa.

“Eu os retiro [do guarda-roupa] às vezes para tirar pó e quando vou em eventos, mas eles ficam guardados”, explicou Andréa. Este também é o caso de Nane, que contou que não usa para as atividades normais por causa dos bonecos. “Os reborns eu uso para gravar os vídeos. A minha coleção fica toda guardada dentro do guarda-roupa”, declarou.

Elaine e Andréa são mães nos seus corações. Para elas, as bonecas reborn representam um hobby, decorrente do amor que sentem por bonecas.

É surreal porque, para os outros, é loucura uma adulta gostar de bonecas. E, para nós, é loucura os adultos não entenderem que uma adulta pode gostar de bonecas, ponderou Nane.

Reuniões de bebês reborn

A primeira reunião entre colecionadoras de bonecas reborn, organizada por Andréa, ocorreu em 2015, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Ela relata que a cada encontro, mais colecionadoras participam, incluindo algumas que vêm de outros estados.

As reuniões acontecem quatro ou cinco vezes ao ano. A próxima será no dia 13 de setembro, no Parque Villa-Lobos.

Nane é uma das participantes assíduas dos encontros. Para ela, a reunião é um momento para conhecer colecionadoras de outros estados. “As pessoas pegam vídeos dos encontros e começam: ‘É um bando de adulta com boneca no colo’”, desabafou, “mas não veem que aquele bando de adulta passou a semana inteira trabalhando, estudando, cuidando de casa, cuidando de filho e está em seu momento de lazer”.

Para ela, o tema reborn ainda é um tabu para muitas pessoas, mas é natural para as colecionadoras, pois elas não consideram as bonecas como bebês reais.

Fonte: Metrópoles

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.