Colômbia assina acordo com China para participar da Iniciativa Cinturão e Rota

O Projeto Rota da Seda financiará obras de infraestrutura na América Latina, visando otimizar o comércio com a China e fortalecer a presença do país asiático na região.

14/05/2025 8h47

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(Imagem de reprodução da internet).

A Colômbia firmou, na quarta-feira 14, um acordo com a China para participar da Iniciativa Cinturão e Rota, programa bilionário de Pequim que visa financiar investimentos em infraestrutura internacional e expandir a influência chinesa global.

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A decisão do presidente esquerdista Gustavo Petro, divulgada na semana passada antes de sua viagem a Pequim, pode desagradar aos Estados Unidos, principal parceiro comercial e aliado estratégico de Bogotá.

“Já entramos na Rota da Seda”, afirmou Petro em comunicado de seu gabinete após reunião com Xi Jinping.

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Os dois chefes de Estado participaram da assinatura de um plano de cooperação entre os dois governos para construir, em conjunto, o Cinturão Econômico da Rota da Seda e a Rota Marítima da Seda do século XXI, informou a agência estatal chinesa Xinhua.

O presidente chinês solicitou aos dois países que “aproveitem a oportunidade da adesão formal da Colômbia à família da Iniciativa Cinturão e Rota para promover uma qualidade maior em sua cooperação”.

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O petro declarou na rede social X que a iniciativa “muda a história de nossas relações externas”. “A partir de agora, a Colômbia se relaciona com o mundo inteiro em pé de igualdade e liberdade”, complementou.

O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia comemorou a assinatura do acordo, “um passo histórico que oferece novas oportunidades de investimento” entre as nações.

Mais de dois terços dos países da América Latina já aderiram ao projeto, com foco na estratégia do presidente Xi para ampliar a influência econômica e política da China.

Aproximação da China

Em uma cúpula com a Celac em Pequim na terça-feira, Xi Jinping se apresentou como um parceiro confiável em meio a confrontos e protecionismo, e anunciou créditos de 9,2 bilhões de dólares para o desenvolvimento na América Latina e no Caribe.

A região é um dos principais alvos de Pequim, que já é o principal parceiro comercial de países como Brasil, Peru e Chile, e deseja ser um símbolo do multilateralismo, como o presidente Xi reiterou em um encontro nesta quarta-feira com seu homóchileno, Gabriel Boric.

A China e o Chile devem fortalecer a coordenação multilateral e proteger, em conjunto, os interesses comuns do Sul Global, conforme declarado por Xi a Boric, informou a Xinhua.

O presidente chileno declarou na rede social X que ambos concordam na importância de fortalecer em conjunto áreas como comércio, investimentos, colaboração em ciência antártica, transição energética, desenvolvimento sustentável e cultura. Além disso, o mandatário apoiou o multilateralismo como via para enfrentar os desafios do presente.

Na Colômbia, Washington continua sendo o principal parceiro comercial, porém as importações chinesas já ultrapassam as americanas e o país asiático está envolvido em investimentos estratégicos, incluindo a construção do metrô de Bogotá.

Diante das críticas da oposição e de empresários em relação à adesão, devido ao temor de retaliações comerciais dos Estados Unidos, o presidente colombiano defendeu a decisão.

“Vamos conversar com Xi Jinping em pé, não como se estivéssemos ajoelhados”, declarou antes da viagem.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já enviou uma mensagem aos países latino-americanos próximos a Pequim, ao ameaçar o Panamá com a retomada do canal interoceânico devido a uma suposta interferência chinesa em seus portos. O país da América Central cancelou, em fevereiro, sua adesão à Iniciativa Cinturão e Rota.

Fonte: Carta Capital

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