Coloque o quadro do velho na parede que ele deseja

A política é algo que desperta interesse, pois aqueles que a abandonam desejam retornar.

05/05/2025 5h43

2 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

Getúlio Vargas, deposto pelos militares após governar o Brasil entre 1930 e 1945 como ditador, retornou em 1950 como presidente eleito pelo povo. Quatro anos depois, para não ser novamente deposto, cometeu suicídio com um tiro no coração.

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Ao concluir seu mandato em 1961, Juscelino Kubitschek se lançou à presidência para suceder Jânio Quadros na eleição subsequente. Jânio renunciou ao cargo, buscando retornar imediatamente com maior poder.

Fernando Collor renunciou para evitar a cassação. Contudo, ao fazê-lo, acusado de corrupção, o Senado já se reuniu para depô-lo e ignorou sua carta de renúncia. Fernando Henrique governou 8 anos, introduzindo no Brasil a reeleição.

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Luiz Inácio Lula da Silva representa um caso particular. Governou por oito anos e elegeu Dilma Rousseff, que não governou o mesmo período devido à deposição pelo Senado. Em 2018, quando Lula estava apto a concorrer novamente, foi preso. Posteriormente, Jair Bolsonaro buscou impedir sua saída do cenário político.

A marchinha “Retrato do Velho”, de Haroldo Lobo e Marino Pinto, celebrou o retorno de Getúlio, em uma época com 64 anos. Getúlio tornou obrigatório afixar o retrato do presidente nas repartições públicas. O sucesso dizia:

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Peça para colocar a foto do velho novamente.

Mantenha no mesmo local.

O sorriso do idoso nos motiva a trabalhar.

Ciro Gomes tem 67 anos e disputou a Presidência da República quatro vezes. Em 1998, recebeu 10,97% dos votos; em 2022, 11,97%; em 2018, 12,47%; e em 2022, 3,04%. Ele atribui suas últimas derrotas a Luiz Inácio Lula da Silva. Prometeu não mais concorrer à presidência. Mas…

Ciro inicia a movimentação para a eleição presidencial do próximo ano. Considera “uma indignidade inexplicável” a substituição de Carlos Lupi por Wolney Queiroz (PDT-PE) no Ministério da Previdência.

Lupi renunciou por não ter agido prontamente para investigar o desvio de 6,3 bilhões de reais dos recursos dos aposentados e pensionistas do INSS. O escândalo impactou o governo e causou pressão sobre Lula para que renunciasse.

“Estou muito envergonhado”, diz Ciro. É Lupi que deveria estar. Em 2011, como ministro do Trabalho, Lupi foi demitido por Dilma sob suspeita de corrupção. Wolney desagradou a Ciro em 2022 por não o apoiar e ter sido simpático à candidatura de Lula.

Se depender de Ciro, o PDT e seus 17 deputados federais se oporão a Lula. Dificilmente isso ocorrerá. Dificilmente o retrato de Ciro enfeitará as repartições públicas.

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Fonte: Metrópoles

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