Com a impunidade interrompida, repressão interna inquieta iranianos
Até quarta-feira (25), as autoridades detiveram 700 indivíduos acusados de serem “mercenários de Israel”, conforme relatado pela agência de notícias est…

O balanço de invencibilidade do Irã ocorreu em poucas horas, em 13 de junho, quando Israel lançou um ataque surpresa e sem precedentes, que desfez a sensação de segurança de Teerã e dissipou sua imagem de força.
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Durante o conflito de 12 dias, o Irã retaliou repetidamente contra Israel, provocando danos extensos em cidades como Tel Aviv e resultando na morte de 28 indivíduos. Sua habilidade de responder sob fogo recebeu elogios internos, inclusive de pessoas que se opõem ao regime e conversaram com a CNN.
O que se segue preocupa muitos iranianos. Há temores crescentes de uma repressão aos reformistas e apelos por mudanças, à medida que o regime se mobiliza para erradicar supostos colaboradores de Israel.
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Até quarta-feira (25), as autoridades detiveram 700 indivíduos acusados de serem “mercenários de Israel”, conforme relatado pela agência de notícias estatal Fars.
O Supremo Líder, Aiatolá Ali Khamenei, o mais velho do Oriente Médio, supostamente se encontra em um bunker com restrito contato com o exterior. Ele não tem sido visto publicamente desde que o cessar-fogo entre Israel e Irã entrou em vigor na terça-feira (24).
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Ele exerce o poder com rigor e repressão há mais de 35 anos, silenciando manifestações desde 2005.
Arash Azizi, especialista do Irã residente em Nova York e autor de “O Que os Iranianos Querem”, afirmou que os iranianos provavelmente estão preocupados com “um regime ferido vindo atrás deles e fechando ainda mais o espaço político e civil”.
A repressão pode se agravar, declarou ele à CNN, ademais afirmando que a oposição iraniana no exterior se mostrou “ineficiente e politicamente insignificante”, ao mesmo tempo em que a sociedade civil interna está “em posição defensiva”.
Especialistas argumentam que os ataques ao Irã apenas fortaleceram os conservadores, que há muito tempo acreditavam que o Ocidente e Israel não eram confiáveis e que as negociações eram apenas uma tática para enfraquecer o país.
O futuro dos reformistas e pragmáticos está em jogo, e somente o tempo dirá se eles permanecerão diante da mudança que provavelmente ocorrerá nas fileiras da liderança, afirmaram.
Fonte por: CNN Brasil