Com antecedência ao aumento das tarifas, Mauro Vieira afirma que alternativa ao multilateralismo é a ‘lei da selva’

A afirmação foi feita dois dias antes da implementação da taxa de 50% aplicada pelos Estados Unidos à importação de produtos brasileiros.

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(Imagem de reprodução da internet).

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, defendeu o multilateralismo e o comércio do Brasil com outros países, durante a celebração do aniversário de 80 anos do Instituto Rio Branco, no Palácio Itamaraty, em Brasília, na segunda-feira (4).

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O ministro da pasta declarou que a opção em relação ao multilateralismo é “o arbitrário unilateral e a lei da selva”. “É para termos uma ordem internacional com sustentáculo no multilateralismo, com peso, embasamento e vigência real, que o Brasil atua por um mundo multipolar. O Brasil não pode deixar de favorecer uma redistribuição do poder global. Atuaremos, sem tréguas, por uma multipolaridade”, disse.

A declaração é feita dois dias antes da aplicação da taxa de 50% imposta à importação de produtos brasileiros pelos Estados Unidos, na próxima quarta-feira (6). Na semana passada, Donald Trump assinou uma ordem executiva que estabelece tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, somando o valor total em 50%. A sobretaxa de 10% já havia sido anunciada em abril deste ano.

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A justificativa viu o republicano defender o ex-presidente Jair Bolsonaro, enfatizando o aspecto político da decisão. Ele acusou o Estado brasileiro de perseguir politicamente o ex-mandatário e seus aliados, além de apontar “graves violações de direitos humanos” e comprometer o Estado de Direito. “A perseguição, intimidação, assédio, censura e processos contra Jair Bolsonaro e milhares de seus apoiadores são abusos sérios”, afirma o documento.

Mauro Vieira declarou existir uma “conspiração” entre brasileiros e estrangeiros em um esforço para desestabilizar instituições e a soberania do Brasil. A taxa adicional foi divulgada após o filho do ex-presidente, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), realizar articulações com aliados nos Estados Unidos em busca de uma reação ao processo judicial envolvendo Bolsonaro pela tentativa de golpe de Estado. Ele reside nos EUA desde março de 2025 e já manifestou seu apoio à busca por anistia para o pai.

O ministro manifestou grande orgulho e senso de responsabilidade na atual missão de defender a soberania do Itamaraty contra ataques coordenados por brasileiros em conluio com forças estrangeiras. Nesse ultrajante conluio que visa nossa democracia, os fatos e a realidade brasileira não são considerados pelos que se apresentam como um instrumento anti-patriótico de intervenções estrangeiras.

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Vieira também declarou que não haverá sucesso na tentativa de intervir no Judiciário brasileiro. “Saudosistas declarados do arbítrio e amantes confessos da intervenção estrangeira não terão êxito em sua tentativa de subverter a ordem democrática e constitucional da República Federativa do Brasil”, afirmou o embaixador. “A Constituição cidadã não está e nunca estará em qualquer mesa de negociação. Nossa soberania não é moeda de troca diante de exigências inaceitáveis.”

Ademais da multa de 50%, Donald Trump sancionou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, responsável pelos processos contra Bolsonaro na Corte, com base na Lei Magnitsky. As sanções previstas incluem o bloqueio de ativos nos Estados Unidos e restrições financeiras, além da proibição de transações com empresas e cidadãos americanos.

Fonte por: Brasil de Fato

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