Com serenidade e convicção nos valores, presidente mexicano impede tarifas de Trump

Claudia Sheinbaum assegurou 90 dias de extensão e preservou o pacto comercial com os Estados Unidos.

31/07/2025 17h52

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(L-R) Mexico's Economy Minister Marcelo Ebrard, Secretary of Foreign Affairs Juan Ramon de la Fuente and Chief Officer for North America Roberto Velasco Alvarez applaud President Claudia Sheinbaum during her daily press conference at Palacio Nacional in Mexico City on July 31, 2025. Mexico will seek a long-term deal with the United States to avoid tariffs, President Claudia Sheinbaum said on July 31, 2025, after US counterpart Donald Trump postponed higher duties for 90 days. (Photo by Alfredo ESTRELLA / AFP)

Após semanas de tensões com Washington, a presidente do México, Claudia Sheinbaum Pardo, anunciou, nesta quarta-feira (30), que o país conseguiu uma extensão de 90 dias para evitar a entrada em vigor do aumento tarifário de 30% anunciado por Donald Trump.

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O anúncio foi feito poucas horas antes de 1º de agosto, data prevista para o início da aplicação do pacote tarifário imposto unilateralmente pelos Estados Unidos. O acordo foi alcançado após uma conversa telefônica entre Sheinbaum e Donald Trump.

Estabelecemos um ótimo contato com o presidente dos Estados Unidos. Evitamos o aumento das tarifas previsto para amanhã [sexta-feira] e obtivemos 90 dias para desenvolver um acordo de longo prazo com base no diálogo, informou a governante em sua conta no X (anteriormente Twitter).

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A Sheinbaum considerou o resultado como “o melhor acordo possível” no novo cenário comercial impulsionado pela administração americana. Ela detalhou que, durante a chamada de 40 minutos, da qual participaram autoridades dos dois governos, foram reafirmadas as condições atuais do comércio bilateral, incluindo a vigência do Tratado entre México, Estados Unidos e Canadá (T-MEC), que isenta de tarifas 84% do intercâmbio comercial entre os três países.

Na sua coletiva matinal, denominada A Manhã do Povo, a presidente afirmou que essa prorrogação é resultado de uma estratégia fundamentada em “calma, solidez e princípios”, e reiterou que a soberania nacional não foi afetada.

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“Tivemos sucesso com nossa estratégia de pensamento lógico, determinação e defesa de nossos princípios”, declarou. Ela destacou que o principal valor do acordo reside no fato de “as tarifas não aumentarão”, ao contrário do que acontece com outros países.

Destacou que a situação do México permanece a mesma.

A tarifa para aço e alumínio permanece a mesma, mas o mais importante é que o tratado está preservado, afirmou. Ela acrescentou que a continuidade do diálogo com a equipe de Trump fortalece a posição do México. “Hoje, dentro desta nova ordem mundial, continuamos tendo o melhor acordo possível em comparação com outras nações. Investir no México continua sendo a melhor opção, pois enfrentamos essa nova realidade internacional a partir de uma posição favorável desde a chegada do presidente Trump ao governo dos Estados Unidos.”

Ela reiterou que o México não realizou concessões adicionais. “Não necessitamos ceder em nada. Apenas continuamos como estamos e prosseguiremos com as conversas. No contexto internacional vigente, este é o cenário mais favorável.”

Os Estados Unidos mantêm o México como seu principal parceiro comercial, com exportações que ultrapassaram os US$ 219 bilhões nos primeiros cinco meses de 2025, representando um crescimento de 6% em comparação com o mesmo período de 2024.

A Sheinbaum afirmou que o México mantém uma posição de máximo benefício em relação ao mundo. É isso que almejamos: assegurar a manutenção do tratado e uma relação comercial favorável com os Estados Unidos, considerando-os parceiros estratégicos.

Essa compreensão se manifesta no âmbito da nova disputa tarifária retomada por Trump após seu retorno à Casa Branca. Na mesma data de sua posse, em 20 de janeiro, ele implementou novas tarifas para México, China e Canadá. Desde então, ambos os países têm conduzido negociações intensas e complexas.

A Sheinbaum também antecipou que, concomitantemente às negociações comerciais, seu governo assinará, nas próximas semanas, um novo acordo de segurança com os Estados Unidos. O foco do pacto será a cooperação bilateral para combater o tráfico de drogas — em especial o fentanil — sem comprometer a soberania nacional.

A presidente declarou que o acordo a ser assinado se baseia nos princípios que sempre defendemos: respeito à soberania e ao nosso território, confiança mútua e cooperação sem subordinação.

Fonte por: Brasil de Fato

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