“Combinação de tristeza e alegria”, declara suplente de Carla Zambelli
O coronel Tadeu se tornou famoso por destruir uma placa do Dia da Consciência Negra na Câmara e por afirmar que João Doria merecia “um castigo”.

O coronel Tadeu (PL-SP), que assume a cadeira da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), condenada pelo STF e foragida da Justiça, declarou que “é uma mistura de tristeza com alegria”. As afirmações do parlamentar foram feitas em entrevista ao jornal Correio Braziliense, publicada no sábado (7.jun.2025).
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Em 14 de maio, o STF condenou Zambelli, por unanimidade, a 10 anos de prisão, acrescida da perda de mandato, por falsidade ideológica. Ela e o hacker da “Vaza Jato”, Walter Delgatti Neto, tentaram invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para expedir um mandado de prisão para o ministro Alexandre de Moraes, como se ele próprio tivesse determinado a sua própria prisão.
Tadeu defendeu Zambelli e criticou a dosimetria da pena aplicada à deputada. “Vejo muito excesso nessa pena”, afirmou. “Carla ficou em uma bifurcação. Só tinha duas saídas: ou vai para a cadeia e cumpre em regime fechado, ou pega outra trilha para fora do país e tenta uma vida fora”, acrescentou.
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Após sua condenação, Zambelli deixou o país em 3 de junho utilizando seu passaporte italiano. A justificativa da deputada era a busca por um tratamento médico. No mesmo dia, Moraes decretou sua prisão preventiva e a suspensão de suas redes sociais.
Na sexta-feira (6 de jun), Zambelli declarou que se apresentaria voluntariamente às autoridades italianas. A deputada acrescentou que sua intenção é fazer um gesto de boa-fé e demonstrar à Justiça da Itália que está sofrendo “perseguição política” por parte de Moraes. “Eu quero provar isso aqui e buscar refúgio na Itália”, afirmou Zambelli.
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Coronel Tadeu negou que seu partido, o PL, tenha abandonado a deputada. “Claro que o presidente Bolsonaro já havia se afastado dela há algum tempo, mas o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, não se afastou dela”, declarou.
O suplente já exerceu mandato como deputado federal, de 2019 a 2022. Em seu primeiro ano na Câmara, foi punido pelo Conselho de Ética por quebrar uma placa em exposição devido ao Dia da Consciência Negra, com uma charge do cartunista Carlos Latuff que relacionava racismo e a polícia.
Solicitei que removessem a pintura e não me permitiram. Afirmei: “Então nós vamos quebrar este quadro aqui, agora”. E eu quebrei mesmo, declarou na entrevista, quando questionado sobre o episódio.
Outro episódio que lhe proporcionou notoriedade foi a declaração feita em 2021, no contexto da crise da Covid-19, na qual manifestou o desejo de que João Doria, então governador de São Paulo, sofresse um “assalto” publicamente devido às restrições de circulação impostas pelo Estado em razão da pandemia.
“Utilizo essa expressão como uma metáfora”, declarou. “Doria é uma pessoa sem coração. Aquele sujeito, felizmente foi afastado da política, porque representa um mau exemplo de homem público.”
Tadeu declarou que, embora ele e Zambelli compartilhem diversas visões de direita, especialmente em relação à oposição à descriminalização do aborto e das drogas, uma distinção relevante em seu governo será o aumento do foco na segurança pública. “Estive 30 anos na Polícia Militar”, afirmou. “O indivíduo comete um crime, ele deve responder por ele. O sujeito comete um ato ilícito, ele deve ser punido de acordo com a lei.”
Tadeu sucederá na função da deputada, visto que a Câmara concedeu uma licença de 127 dias a Zambelli. Ele foi o terceiro suplente mais votado nas eleições de 2022. Os demais 2, Adilson Barroso e Missionário José Olímpio, assumirão os mandatos de Guilherme Derrite, que foi para a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) e Eduardo Bolsonaro, que se licenciou e atualmente reside nos EUA.
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Fonte por: Poder 360