Comissão de Infraestrutura convoca Marina após discussão acalorada
O presidente do colegiado afirmou não desejar convocar novamente a ministra, porém atenderá ao pedido do senador.

O presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado, Marcos Rogério (PL-RO), consentiu nesta terça-feira (10.jun.2025) em convidar novamente a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para prestar esclarecimentos ao colegiado. O pedido foi feito pelo senador Lucas Barreto (PSD-AP), que ainda apresentará o requerimento de convite.
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Barreto afirma que o convite visava obter as respostas que faltaram em relação a Marina na reunião de 27 de maio, quando a ministra abandonou a reunião após o senador Plínio Valério (PSDB-AM) ter declarado que ela “não merecia respeito”.
“Como ela partiu, deseja um novo pedido de convocação […]. Compreendo que o senhor [Marcos Rogério] não a queira mais aqui. Mas foram vocês que a dispensaram, não eu. Só quero que ela retorne para responder minhas perguntas”, afirmou.
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Marcos Rogério afirmou não desejar ser novamente acionado, mas seguirá a decisão de Barreto.
Com o devido respeito, mas não gostaria de realizar essa convocação […]. Considero que seria um prejuízo convidar Marina Silva novamente. No entanto, não sou o responsável pela comissão. Farei a convocação se for a vontade do grupo de senadores. Dada a maneira como ela se comportou aqui, acredito que ela não esteja à altura do debate, afirmou.
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Marcos Rogério voltou a criticar a atuação da ministra na sessão de maio, afirmando que ela não demonstrou o equilíbrio exigido para um cargo de ministro de Estado.
A atitude da ministra não apresentou o equilíbrio requerido para um ministro de Estado, que deve estar preparado para confrontos e para o tratamento de assuntos polêmicos ligados à sua área de atuação.
O senador Fernando Dueire (MDB-PE) afirmou que seria mais adequado, antes da convocação (que implica presença), enviar um convite à ministra, a fim de evitar que a situação se agravasse, como ocorreu na reunião anterior.
Ela deve chegar. Não há dúvidas. Contudo, houve um momento de início e por vezes as pessoas perdem a capacidade de se colocar com razoabilidade.
O pedido de convite para a presença da ministra será apresentado pelo senador Lucas Barreto, debatido e votado pelos integrantes da comissão para a aprovação ou não.
Se não houver resposta ou a ministra se recusar, a comissão pode converter o convite em convocação, a qual tem caráter obrigatório e exige aprovação no plenário do Senado ou da Comissão.
Lembre-se do ocorrido.
O conflito teve início com as interrogações levantadas pelo senador Omar Aziz (PSD-AM) sobre a construção da BR-319.
O ministro e o senador da Amazônia conversaram e se mostraram inconformados com o ritmo da reunião por vários minutos. Marcos Rogério hesitou em permitir o direito de resposta à ministra.
“Você gostaria que eu fosse uma mulher submissa, mas eu não sou”, disse Marina. Em seguida, o presidente da comissão, irritado, afirmou: “Agora é sexismo, ministra? Me respeite, ministra. Coloque-se no seu lugar”.
Uma confusão generalizada invadiu a sessão. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), presente no local, indagou: “O que é isso, presidente? Que desrespeito é esse com a ministra? Coloque-se no seu lugar”.
“A senhora não deve atribuir a este presidente ser sexista. Eu não sou sexista. A senhora veio a esta comissão para tumultuar”, disse Marcos Rogério durante a discussão.
Plínio Valério – que já havia mencionado “enforcar” Marina em um evento de empresários – disse a ela: “a mulher merece respeito, a ministra, não”.
“Ministra Marina, que bom reencontrá-la. Ao olhar para a senhora eu vejo uma ministra. Não estou falando com uma mulher. Porque a mulher merece respeito, a ministra, não.”
Marina Silva se retirou da audiência após a declaração. “Eu fui convidada como ministra, tem que me respeitar, ou eu me retiro. Porque eu não fui convidada por ser mulher”, declarou.
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Fonte por: Poder 360