Compreenda a estratégia de negociação de Trump com a China

Republicano anuncia corte de tarifas antes de reunião com chineses em Genebra.

10/05/2025 12h51

3 min de leitura

Poucas horas após a equipe de negociação comercial dos Estados Unidos embarcar para a Suíça para uma das reuniões econômicas mais importantes do mundo, o presidente Donald Trump anunciou nas redes sociais a possibilidade de diminuir tarifas sobre produtos chineses de 145% para 80%.

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A iniciativa pegou os chineses de surpresa, porém não seus principais assessores. De acordo com fontes da CNN, a proposta estava sendo debatida internamente como parte das discussões preparatórias para o diácom autoridades chinesas em Genebra.

A publicação, contudo, representou uma estratégia: uma tentativa de Trump de influenciar o cenário diplomático antes do início das negociações.

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O presidente afirmou que o secretário do Tesouro, Scott Bessent, faria a decisão final sobre as tarifas, um movimento visto como estratégia para aumentar o destaque de Bessent junto aos chineses.

As autoridades norte-americanas reconhecem que qualquer acordo substancial somente será estabelecido entre Donald Trump e o presidente da China, Xi Jinping.

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Bessent e o representante do Comércio dos EUA, Jamieson Greer, chegaram a Genebra para dois dias de reuniões com altos representantes do governo chinês. O objetivo é promover a retomada de um relacionamento econômico mais estável entre as duas maiores economias do mundo.

Abordagem de Trump

Na Casa Branca, as negociações com a China são conduzidas por um caminho distinto das discussões em andamento com inúmeros outros países.

Trump decidiu suspender por 90 dias a imposição de novas tarifas “recíprocas”, com foco em países da região do Indo-Pacífico, como Japão e Coreia do Sul, como parte de uma estratégia de pressão indireta sobre Pequim.

Na China, a estratégia se concentra em medidas mútuas de relaxamento, precedidas por exigências específicas. Questões prioritárias incluem o enfrentamento da produção de fentanil e a retomada do acordo comercial da “Fase Um”, estabelecido durante o primeiro mandato de Trump.

“A questão é: podemos chegar a um lugar estável?”, disse Greer em entrevista à CNBC.

O envolvimento na reunião em Genebra demonstra a seriedade do encontro, com a delegação chinesa sendo liderada por He Lifeng, um dos principais assessores econômicos de Xi, e incluindo Wang Xiaohong, assessor de segurança do presidente. Do lado americano, Greer e Bessent representam a nova frente da política econômica de Trump.

De acordo com Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional, observou-se “sinais promissores” da China nas semanas que antecederam as reuniões. Ele caracterizou o ambiente como “respeitoso, colaborativo e com indícios de avanços positivos”.

Essa retomada da diplomacia representa uma mudança substancial em comparação com os primeiros meses do governo Trump, momento em que representantes chineses expressaram descontentamento com a ausência de diácom os Estados Unidos.

Fontes diplomáticas europeias consultadas pela CNN indicam que Pequim compreendeu a mensagem: Trump visa remodelar a relação bilateral com base no poder econômico.

Galinha Dourada de Trump

A resposta da China às medidas americanas não surpreendeu a Casa Branca, mas intensificou as tensões entre os países e aumentou o risco para a economia global. Contudo, autoridades dos EUA mantêm a avaliação de que a economia chinesa não resistiria a uma guerra comercial prolongada.

Informações internas indicam que os primeiros contatos para as reuniões em Genebra foram realizados por assessores de Xi, visando atender às pressões de Trump sobre a crise de saúde pública nos Estados Unidos, relacionada ao fentanil.

Para seus aliados mais próximos, o anseio de Trump por um acordo abrangente com a China é semelhante à sua busca por um Prêmio Nobel da Paz.

“Esta concordância é a sua galinha de ovos de ouro”, declarou a CNN um ex-integrante da Casa Branca. “Seria o equivalente econômico ao Prêmio Nobel.”

Fonte: CNN Brasil

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