Compreenda a identidade de Jeffrey Epstein, os crimes que praticou e como o caso provocou uma crise no governo Trump

O magnata foi acusado de coordenar uma rede de tráfico humano envolvendo menores; a divergência entre o chefe do executivo e seus seguidores surgiu após…

25/07/2025 19h59

4 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

A relação do presidente americano Donald Trump com seus apoiadores foi prejudicada no último mês pelo personagem inesperado: o milionário Jeffrey Epstein, que faleceu em 2019. Após a decisão do Departamento de Justiça dos Estados Unidos de não divulgar mais nenhum arquivo relacionado à investigação do escândalo sexual no qual o financista estava envolvido, os seguidores do movimento Make America Great Again (Maga) apontaram a falta de transparência de Trump. Agora, Trump tenta desviar o interesse do público de Epstein e reverter a angústia que o caso se tornou. Compreenda abaixo quem era o financista milionário, quais crimes ele cometeu e qual sua relação com o presidente dos EUA.

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Jeffrey Epstein nasceu e cresceu em Nova York. Embora não tenha se formado no ensino superior, iniciou sua carreira como professor de matemática na escola de elite Dalton, no bairro de Manhattan. A origem da fortuna do milionário está no mercado financeiro. O americano ingressou no banco de investimentos Bear Stearns em 1976 – na época, o diretor-executivo da instituição era Alan Greenberg, que tinha filhos que frequentavam a Dalton School. O trabalho com investimentos o auxiliou a construir uma rede de contatos, principalmente após a fundação de sua própria empresa no ramo, J. Epstein and Co, em 1982.

Quem eram as pessoas associadas a Epstein?

À medida que a fortuna de Epstein aumentava, seu relacionamento com celebridades, artistas e políticos também se intensificava. Ele era amigo de figuras como o príncipe Andrew, irmão do rei Charles III, o ex-presidente americano Bill Clinton, o fundador da Microsoft, Bill Gates, e o próprio Donald Trump. O patrimônio líquido de Epstein em 2019 foi estimado em aproximadamente US$ 560 milhões (cerca de R$ 3,1 bilhões na cotação atual), de acordo com informações da emissora americana CBS News.

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Quais atos ilícitos ele praticou?

Epstein é acusado de coordenar uma rede de exploração e tráfico sexual de menores, em conjunto com a ex-namorada, Ghislaine Maxwell. Ele teria atraído adolescentes para praticar atos sexuais em troca de dinheiro em suas propriedades em Nova York, Flórida, Novo México e em sua ilha particular no Caribe, entre 2002 e 2005. As investigações contra o empresário iniciaram-se em 2005, após os pais de uma menina de 14 anos reportaram que o financista havia abusado sexualmente da jovem em sua residência em Palm Beach, na Flórida.

A denúncia possibilitou que Epstein fosse condenado em 2008 por exploração sexual e facilitação da prostituição de menores. Na época, o milionário alegou que os encontros eram consensuais e que acreditava que as vítimas tinham 18 anos. No entanto, ele se declarou culpado por exploração sexual e aceitou um acordo de 13 meses de prisão e inclusão do seu nome na lista federal de criminosos sexuais. Mais de uma década depois, em 2019, um juiz da Flórida considerou que o acordo era ilegal e Epstein foi preso em julho daquele ano, em Nova York.

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Qual foi a causa da morte de Epstein?

Um mês após sua prisão, Epstein foi encontrado morto em sua cela e a autópsia indicou que ele cometeu suicídio. O Departamento de Justiça confirmou no início deste mês que a causa da morte foi suicídio, após analisar arquivos e vídeos da prisão. No entanto, algumas teorias da conspiração, sem nenhuma prova concreta, sugerem que ele foi assassinado para proteger indivíduos influentes envolvidos no escândalo sexual.

As acusações contra o milionário foram retiradas após sua morte, porém as investigações prosseguiram contra outros envolvidos no caso, incluindo Ghislaine Maxwell, que foi presa e condenada a 20 anos de prisão em 2022.

O que é a lista de Epstein?

O caso de Jeffrey Epstein, em geral, é repleto de teorias da conspiração – algumas endossadas por Trump. Uma delas é que existiria uma suposta “lista de Epstein”, onde o financista manteria os nomes de seus clientes, que poderiam incluir personalidades influentes. O presidente americano prometeu aos seus apoiadores durante a sua campanha eleitoral no ano passado que, se fosse eleito, divulgaria os arquivos do caso.

Em uma entrevista ao podcast de Lex Fridman, ocorrida em setembro de 2024, ele afirmou que a não divulgação da lista era “muito interessante”, mas que “provavelmente” o material seria divulgado em seu governo e que “certamente daria uma olhada”. A história ganhou ainda mais repercussão quando a procuradora-geral Pam Bondi insinuou em fevereiro deste ano que a “lista de Epstein” estava em sua mesa para ser revisada.

Qual o motivo pelo qual o caso Epstein provocou crise no governo Trump?

A disputa entre Trump e seus seguidores iniciou-se após o anúncio do Departamento de Justiça de que não havia lista de clientes de Epstein e que nenhum arquivo adicional do caso seria divulgado. Os apoiadores de Trump não se mostraram satisfeitos com a decisão e passaram a pressionar o presidente sobre suas promessas de transparência. Em resposta, o republicano afirmou que a repercussão do caso Epstein era uma ação de “pessoas egoístas” que tentavam prejudicar Bondi “por causa de um sujeito que nunca morre”. “Há anos é Epstein, de novo e de novo.”

Dias depois, ele retomou o assunto e declarou que as controvérsias envolvendo a investigação eram um “trabalho dos democratas”. Trump afirmou ainda que seus ex-apoiadores eram “fracos” por acreditarem nessa “besteira”. Em meio à crise, na semana passada o presidente americano solicitou que as transcrições do processo contra Epstein fossem divulgadas, mas a ação foi negada por uma juíza federal da Flórida na última quarta-feira (23).

Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Fernando Dias

Fonte por: Jovem Pan

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