Pesquisadores do Mapinguari, Laboratório de Biogeografia e História Natural de Anfíbios e Répteis do Instituto de Biociências (Inbio) da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), identificaram a existência de uma nova espécie de cobra-papagaio no Cerrado brasileiro, a *Leptophis mystacinus*.
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Tudo começou anos atrás quando o professor Nelson Rufino, do Instituto de Biociências da UFMS, observou uma faixa após os olhos e um padrão de cores distinto em serpentes do gênero Leptophis encontradas no Tocantins.
Na época, não houve investigações adicionais, o que fez com que Nelson e seu colega Daniel Fernandes atribuíssem provisoriamente esses espécimes a outra espécie até que um estudo mais completo de sua variação pudesse ser realizado. Outros estudos realizados nos anos seguintes com indivíduos com padrão listrado de Leptophis revelou a existência de uma espécie não descrita, aparentemente endêmica do Cerrado.
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Em 2023, durante sua experiência como professor visitante nos Estados Unidos, Diego Santana, professor do Inbio e coordenador do Mapinguari, conversou com o professor Nelson, que mencionou um animal distinto do Cerrado, encontrado em sua tese, porém sem comprovação robusta. Em 2025, a espécie enigmática foi identificada como *Leptophis mystacinus*.
A coloração preta bilateral é uma característica que distingue essa espécie de outras cobras-papagaio. “Ela possui essa faixa preta que atravessa os olhos e se estende pelo corpo, o que não ocorre em outras espécies”, declara Santana. Essa cobra não é peçonhenta, sendo completamente inofensiva para humanos.
A descoberta reforça a necessidade de proteger o Cerrado, bioma brasileiro mais ameaçado atualmente. A destruição do Cerrado aumentou 43% em 2023 em relação a 2022. Dados sobre a devastação do bioma durante todo o ano de 2024 ainda não foram publicados, mas é importante ressaltar que, nesse ano, o Cerrado enfrentou grandes incêndios.
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Pesquisador afirma que aves beija-flor estão ameaçadas no Cerrado.
Fonte: CNN Brasil