Conselho gestor do novo imposto será montado de forma parcial nesta sexta-feira

Conflito entre FNP e CNM impede definição de indicados para colegiado com participação exclusiva dos Estados.

16/05/2025 6h11

4 min de leitura

Imagem PreCarregada
(Imagem de reprodução da internet).

O Conselho Superior do Comitê Gestor do IBS, instituído pela reforma tributária, será instalado na próxima sexta-feira (16.mai.2025) apenas com a participação dos Estados. O conflito entre duas organizações municipalistas impediu a definição dos representantes das cidades no colegiado. Há dúvidas se o conselho poderá funcionar plenamente, e por isso os Estados acionarão a Justiça.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O IBS consolidará o ICMS (estadual) e a ISS (municipal). O conselho superior será responsável pela gestão da arrecadação do tributo e pela distribuição dos recursos entre os entes federativos.

Formulário de cadastro

LEIA TAMBÉM:

A previsão é que o novo imposto gere um volume superior a R$ 1 trilhão anual após sua total implementação. A entidade terá sede em Brasília e receberá da União R$ 50 milhões mensais em 2025 para sua operação.

Um grupo de gestão prévia está em operação desde o final de 2024 para prever algumas decisões, incluindo o regimento interno, a estrutura física, o modelo operacional e a elaboração de regulamentos. Tudo isso ainda necessita de confirmação pelo conselho superior.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quatrocentatento e quarenta pessoas trabalham no pré-comitê, incluindo secretários, auditores e técnicos dos entes federativos. A formação ocorreu por meio de um acordo entre o Comsefaz, a FNP e a CNM.

O início de suas atividades foi definido pela lei complementar 214, de 16 de janeiro de 2025. O texto, que regulamenta uma parte da reforma tributária, estabeleceu que o órgão deveria ser instalado até 120 dias após sua publicação.

Os estados e o Distrito Federal contarão com um assento cada, totalizando 27 representantes estaduais – que já foram indicados em 13 de abril. Os municípios também terão 27 representantes. A lei definiu que 14 integrantes serão escolhidos pelos votos diretos dos prefeitos e 13 por um critério que leva em consideração a população das cidades.

O conflito entre a FNP e a CNM iniciou-se em abril, com a definição das normas para a eleição das chapas que formariam os dois grupos de assentos destinados aos prefeitos.

A frente sustenta que houve um acordo político durante a tramitação da lei no Congresso para que as duas organizações se dividissem da seguinte forma:

A CNM teria interrompido o acordo ao apresentar candidaturas em ambas as categorias estabelecidas pela legislação.

A FNP está presente em 147 das 415 cidades do país com mais de 80 mil habitantes, notadamente nas capitais. A CNM, por sua vez, declara reunir 95% dos 5.568 municípios do país, abrangendo principalmente os menores, mas também com a participação de cidades médias e grandes.

A divergência entre as duas organizações começou em abril. A CNM avalia que possui condições de vencer nas duas eleições e dividir com a FNP parte dos 14 assentos. A confederação acusa a frente de prefeitos de adiar o pleito para alterar as regras.

A FNP sustenta a aprovação de uma emenda ao segundo projeto de regulamentação da reforma tributária, proposto pelo senador Otto Alencar (PSD-BA). O texto tramita no Senado.

A emenda propõe alterações no processo eleitoral, estabelecendo a realização de uma única votação e assegurando que as dez primeiras cadeiras sejam preenchidas por indicados pela CNM, enquanto as onze restantes seriam ocupadas por representantes da FNP, conforme as normas vigentes. Alencar recebeu a emenda e a apresentou como sua iniciativa.

A CCJ do Senado realizará na terça-feira (20.mai) uma audiência pública para debater o projeto.

Diante da dificuldade entre as duas organizações, o conselho gestor será instalado nesta sexta-feira somente com os secretários de Fazenda estaduais. Os governadores, contudo, buscarão a Justiça para garantir o funcionamento pleno do conselho superior enquanto a FNP e a CNM não chegam a um acordo.

Existe a preocupação de que o órgão se torne inoperante e não consiga obter os recursos do Ministério da Fazenda para seu funcionamento e para o desenvolvimento do novo sistema de apuração e arrecadação, que será realizado por uma empresa contratada. Os estados buscam evitar atrasos nesses processos. Segundo a lei, todas as decisões do conselho devem ser tomadas por 60% dos representantes das unidades da Federação e dos municípios.

Ademais da divisão de espaço no conselho superior, a FNP enumera algumas exigências para as eleições dos indicados ao conselho. A organização pleiteia o uso de certificado digital, biometria e acesso pelo gov.br para assegurar a autenticidade do voto de cada prefeito. A CNM, por sua vez, declara concordar com o uso do certificado digital, mas solicita que seja possível também o envio de uma senha para os prefeitos que não têm acesso ao dispositivo.

Fonte: Poder 360

Ative nossas Notificações

Ative nossas Notificações

Fique por dentro das últimas notícias em tempo real!

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.