O Consórcio K&G Rota da Celulose, composto pela K-infra e Galápagos Capital, conquistou o leilão da concessão da Rota da Celulose. A área abrange rodovias estaduais e federais no Mato Grosso do Sul, conectando as regiões central e leste do Estado.
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A prova foi conduzida nesta quinta-feira (8.ago.2025), na sede da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), com a oferta vencedora sendo um desconto de 9% na tarifa de pedágio definida no edital (R$ 0,19/km para pista simples e R$ 0,26/km para pista dupla). Segue a íntegra do documento (PDF – 3 MB).
Os demais lances:
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Foi um leilão bastante competitivo. Os descontos foram moderados e sem grande disparidade, o que reflete a proximidade das projeções feitas pelos diversos licitantes. O perfil dos licitantes, com participação de vários representantes do mercado financeiro, demonstra a consolidação do interesse desses players no mercado de rodovias.
Atividade econômica
Na área, concentra-se uma das maiores indústrias de celulose do mundo, juntamente com frigoríficos, usinas de etanol, empresas de metalmecânica e diversas atividades agropecuárias.
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Em 2024, o Mato Grosso do Sul representou 28% do valor total das exportações de celulose do Brasil, conforme dados da Fiems. Foram comercializadas 4,64 milhões de toneladas para 34 países, gerando uma receita de US$ 2,65 bilhões, com um crescimento de 79% em comparação com o ano anterior, impulsionado por incrementos de 17% no volume e 52% no preço médio da tonelada.
A malha viária corrente encontra-se sobrecarregada devido ao aumento da produção. São necessários investimentos em infraestrutura para garantir o desenvolvimento do setor industrial de Mato Grosso do Sul.
Alterações no edital
Após a falta de interesse na primeira tentativa de leilão, em dezembro de 2024, o edital foi revisado. Entre as modificações, constam:
Essas alterações refletem preocupações constantes dos investidores nos leilões recentes. O elevado patamar das taxas de juros no país exige o aumento do retorno esperado. A participação do risco tem sido solicitada pelos investidores para proporcionar maior previsibilidade e estabilidade da receita tarifária, principal fonte de recursos da concessão, afirmou Klein.
Com o término das obras previsto para mais adiante no contrato, a concessionária tem maior tempo para organizar o fluxo de caixa. Isso implica que ela pode utilizar recursos próprios, sem a necessidade de buscar grandes volumes de financiamento no início da concessão. Em um cenário de juros elevados, essa mudança diminui a pressão financeira e o custo de obtenção de recursos, tornando o projeto mais viável economicamente.
Melhorias e pedágios.
Entre as obras previstas, encontram-se:
O projeto contempla a implantação de 14 áreas de pedágio, todas com sistema de cobrança eletrônica (free-flow).
Biocênica
A rodovia BR-267, na Rota da Celulose, constitui o trecho brasileiro da Rota Bioceânica de Capricórnio, corredor internacional que conectará o Centro-Oeste ao Oceano Pacífico, atravessando Paraguai, o norte da Argentina e alcançando os portos chilenos.
A rota começa em Porto Murtinho (MS) e prossegue até a ponte internacional sobre o rio Paraguai.
A nova rota reduzirá em cerca de 8.000 quilômetros a distância até a Ásia, em comparação com a rota convencional pelos portos do Atlântico.
A Rota 4 é componente do projeto das Rotas de Integração Sul-Americana.
Fonte: Poder 360