Consumir frango semanalmente eleva o risco de morte? Compreenda
Consumo semanal superior a 300 gramas de frango está associado a um risco aumentado de morte precoce em 27%.

Um estudo recente na Itália apontou uma possível ligação entre o consumo frequente de frango e o aumento do risco de morte prematura devido a cânceres do trato gastrointestinal.
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Pesquisadores do Instituto Nacional de Gastroenterologia publicaram um estudo na revista científica Nutrients, em 14 de abril. Ao longo de 20 anos, a equipe acompanhou a saúde de 4.869 adultos italianos, utilizando exames clínicos, entrevistas e registros médicos para coletar dados.
A análise central concentrou-se na quantidade de carne consumida semanalmente, particularmente o consumo de aves, como o frango, e sua possível relação com o desenvolvimento de câncer no sistema digestivo e a mortalidade associada à doença.
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Consumir mais de 300g por semana eleva o risco.
Consumidores com mais de 300 gramas de carne de ave por semana tiveram um risco 2,27% maior de morte precoce por câncer gastrointestinal em relação a aqueles que ingeriam até 100 gramas semanais. Adicionalmente, os pesquisadores identificaram um risco 27% superior de óbito por todas as causas nesse grupo.
A carne de frango é frequentemente vista como uma opção mais saudável em comparação com a carne vermelha, devido ao seu menor teor de gordura saturada e à sua relação com um risco diminuído de doenças cardiovasculares.
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Contudo, os pesquisadores indicam que são necessários mais estudos para avaliar o risco de tumores digestivos decorrentes do consumo de frango. Destacam-se, ainda, que não se pode afirmar com precisão se o risco elevado está relacionado diretamente à carne de ave ou ao seu preparo.
O consumo de frituras, empanados e alguns temperos industrializados pode afetar os efeitos do alimento no corpo. Os riscos também podem estar associados à presença de pesticidas utilizados na alimentação e de medicamentos ou hormônios administrados aos animais.
Estudo não demonstra relação de causa e efeito.
É importante ressaltar que se trata de um estudo observacional, no qual os pesquisadores acompanham o comportamento de indivíduos em seu ambiente natural, sem intervenção, e avaliam um grande número de informações posteriormente. Neste tipo de estudo, torna-se mais difícil estabelecer uma relação de causa e efeito devido à existência de diversas variáveis.
Uma outra limitação da pesquisa foi a falta de informações sobre o nível de atividade física dos participantes, o que pode ter impactado os resultados. Contudo, os autores acreditam que os resultados justificam estudos complementares.
O estudo demonstrou que o consumo de carne branca acima de 300 g por semana esteve associado a um aumento estatisticamente significativo no risco de mortalidade por todas as causas e por câncer gastrointestinal. Contudo, mais pesquisas são necessárias para confirmar as descobertas, escreveram os pesquisadores.
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Fonte: Metrópoles