Política

Contradições e confusões na operação envolvendo Carlos Bolsonaro


Contradições e confusões na operação envolvendo Carlos Bolsonaro
(Foto Reprodução da Internet)

A divulgação das informações secretas sobre a investigação da operação contra Carlos Bolsonaro gerou muitas perguntas sobre a mensagem que motivou a atuação da Polícia Federal.

1. A data da comunicação.

A operação é baseada em uma mensagem da assessora do vereador, Luciana Almeida, em 11 de outubro. Não foi especificado o ano.

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Na decisão do ministro Alexandre de Moraes, mencionam-se várias referências a 2022, mas sem especificações. A petição enviada pelo procurador-geral da República (PGR) não menciona uma data específica.

Segundo fontes da Polícia Federal, a mensagem foi enviada em 2022, logo após o primeiro turno das eleições em 3 de outubro e antes do segundo turno.

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Por isso, a assessora deseja a Ramagem “sucesso nessa nova etapa” — ele acabava de ser eleito deputado federal.

E ele responde “agora é eleger nosso presidente Bolsonaro”.

Uma outra prova é que apenas uma vez, durante o governo Bolsonaro, o dia 11 de outubro caiu em uma terça-feira, como mostra a captura de tela da mensagem, e isso foi em 2022.

2. Com quem a assistente de Carlos conversava?

As visões de Gonet e Moraes são diferentes. Na petição de Gonet, a assessora de Carlos mencionou o “então diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem”.

De acordo com a decisão de Moraes, Luciana se comunicava com Ramagem por meio de Priscilla Ferreira e Silva, uma assessora dele.

De acordo com informações da Polícia Federal, há equívocos nas duas partes. A assessora de Carlos Bolsonaro está se comunicando diretamente com Ramagem, que não era mais o diretor-geral da Abin e sim deputado federal eleito.

3. O posto de Ramagem no dia da mensagem enfraquece a investigação?

Ramagem, um deputado federal eleito, não ocupava o cargo de diretor-geral da Abin. Nesse caso, a busca e apreensão seria justificada? De acordo com os investigadores da PF, sim.

Afirmam que ele não poderia ter acesso a nenhum tipo de inquérito sigiloso da PF e que havia acabado de deixar o cargo. A defesa diz que não.

É justificado o pedido de busca e apreensão dos bens da assistente de Ramagem?

O ministro Alexandre de Moraes decretou também busca e apreensão dos bens de Priscilla Ferreira da Silva, a pedido da PF.O procurador-geral Paulo Gonet havia sido contrário. Ele diz que não porque a assessora de Ramagem apenas “tem seu contato compartilhado com um interlocutor de Ramagem”.

Moraes, no entanto, entende que Luciana, assessora de Carlos, troca a mensagem comprometedora, com Priscila ? e não com o próprio Ramagem, como diz a PGR e apurado.

O inquérito completo da PF ainda não veio a público. Moraes informou que só vai se pronunciar sobre o assunto nos autos.


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