COP30 se aproxima sob críticas devido à ausência de infraestrutura e exclusão em Belém

Ativista adverte para a possibilidade de a conferência ser desfeita pela má organização e elevado custo para o Sul Global.

04/08/2025 12h57

2 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

Com menos de três meses da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em novembro em Belém (PA), persistem os desafios para assegurar a presença de delegações e da sociedade civil.

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Em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, o ativista climático Mateus Fernandes alertou para os obstáculos logísticos que ameaçam a participação de países em desenvolvimento no evento.

Estamos a 98 dias da COP30, momento crucial para abordar não somente a crise climática, mas também a visibilidade do Sul Global, considerando que estamos recebendo este evento da ONU na Amazônia.

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Fernandes aponta uma “crise de logística” notável, com ênfase na escassez de leitos e nos preços elevados da rede hoteleira. Ele afirma: “Atualmente, Belém do Pará possui 15 mil leitos, considerando a rede hoteleira, e temos uma expectativa de receber, em média, 45 mil pessoas ou mais”. Ele lamenta: “Enfrentamos não só o combate à desinformação, a crise climática, também uma crise de logística”.

Reconhece-se uma atuação do governo federal para contornar a questão, por meio de ações como o emprego de navios, escolas e áreas públicas para abrigos. Contudo, ressalta-se que a legislação brasileira impede a definição de tarifas máximas aos hotéis, o que dificulta o controle dos preços.

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Comunidade Operária do Povo

Fernandes ressalta que o financiamento climático não deve ser destinado aos países mais vulneráveis ou em desenvolvimento. Ele também aponta para a necessidade de adaptação e mitigação da crise, com foco nas populações mais afetadas. “Periferias, quilombos, povos ribeirinhos são os mais impactados”, justifica.

O ativista defende que a COP30 seja uma conferência “construída pelo povo”, mas questiona: “Que povo é esse se nem sequer conseguimos garantir um espaço para descansar?”.

A repercussão internacional também preocupa. Fernandes relata que países africanos têm reivindicado ações concretas para assegurar sua presença no Brasil e chegaram a sugerir a mudança de sede da conferência. “Esse debate em relação à mudança da COP30 está sendo dialogado entre países.”, indica.

Alta expectativa.

Apesar das dificuldades, ele acredita que há iniciativas do Ministério do Turismo, do Meio Ambiente e da Presidência da República para garantir a realização do evento em Belém. “Esta COP possui uma expectativa muito elevada em comparação com as COP anteriores”, afirma.

Ademais das negociações formais, Fernandes ressalta iniciativas informais como assembleias e ações em instituições de ensino, incluindo o Seminário Nacional InfantoJuvenil pelo Meio Ambiente, que visa a incorporação de atividades socioambientais na rotina escolar. “É necessário abordar essa questão, tanto nas escolas quanto nas ruas, pois, embora as pessoas não conheçam algumas terminologias, elas já sentem na prática”, afirma.

Para audir e visualizar.

O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira, uma às 9h e outra às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.

Fonte por: Brasil de Fato

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