IPCA-15 em Dezembro Revela Dinâmica Complexa da Inflação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado em dezembro apresentou um cenário de inflação com nuances. O índice avançou 0,25% em relação ao mês anterior, confirmando as expectativas do mercado, mas com algumas surpresas.
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A inflação acumulada em 12 meses teve uma leve redução, caindo de 4,50% para 4,41%, marcando o fim de um período de quatro anos consecutivos com a inflação acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central.
Análise Detalhada dos Componentes da Inflação
As variações nos preços foram observadas em diferentes categorias. O aumento mais notável ocorreu em alimentos no domicílio, principalmente devido ao reprise de preços de carnes (+0,02%) e vestuário (+0,02%). No entanto, essa alta foi parcialmente compensada pela queda nos preços de passagens aéreas (-0,06%).
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A Black Friday também contribuiu para a deflação nos preços de bens industrializados, impulsionando um processo de desinflação contínua nos alimentos, que recuaram 0,08% em dezembro, superando a projeção da XP (-0,22%) e atingindo a sexta deflação consecutiva, elevando a inflação acumulada em 12 meses para 1,94%.
Serviços e o Cenário de Juros
Em contrapartida, os preços de serviços administrados voltaram a subir em dezembro (0,31%), com aceleração de tarifas de energia e preços de combustíveis. Esse movimento impactou a inflação de serviços, que avançou 0,65% no mês, um pouco acima da projeção da XP (0,62%), e 6% no ano, refletindo a força do mercado de trabalho, conforme dados do Caged e da PNAD.
Economistas preveem desaceleração da inflação de serviços em 2026, embora gradual, de 6% para 5,3%.
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Projeções e Expectativas do Copom
A análise do IPCA-15 de dezembro, considerado um pouco pior do que o esperado pela XP, reforça a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) só inicie o ciclo de cortes de juros em março. A projeção de IPCA para 2025 permanece em 4,3%, com leve viés de baixa.
A inflação de serviços, com a força do mercado de trabalho, mantém o Banco Central em uma posição desconfortável para iniciar o corte de juros. A expectativa é de que o Copom inicie o corte em janeiro, dependendo da desaceleração da inflação de serviços e dos dados de mercado de trabalho.
