Copom Mantém Juros em 15% e Reforça Postura de Cautela
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 15%. A decisão, anunciada em sua ata de novembro, demonstra uma postura cautelosa diante do cenário econômico, com foco na garantia da estabilidade de preços.
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O colegiado acredita que a manutenção do nível atual da taxa de juros por um período “bastante prolongado” é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta, estabelecida em 3,0% ao ano, desde que os juros permaneçam nesse patamar.
Projeções de Inflação e Cenário Externo
As projeções de inflação continuam acima do centro da meta. Para 2025, a expectativa é de 4,6%, para 2026, 3,6% e para o segundo trimestre de 2027, 3,3%. Essas estimativas consideram uma desaceleração dos preços livres, de 4,5% este ano para 3,2% no horizonte relevante, e uma redução dos preços administrados, de 5,0% para 3,5% nesse mesmo período.
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O cenário de referência, que inclui uma taxa de câmbio inicial de R$ 5,40 e uma evolução conforme a paridade do poder de compra (PPC), também influencia as projeções.
Incertezas e a Política do Fed
O Copom reconhece a alta incerteza no cenário externo, especialmente devido ao “shutdown” nos Estados Unidos, que dificulta a avaliação da conjuntura da política monetária do Federal Reserve (Fed). As negociações comerciais entre Brasil e EUA e a condução da política monetária norte-americana em ambiente de “government shutdown” são apontadas como fontes de incerteza.
Além disso, o colegiado monitora os riscos de longo prazo, como a política comercial americana, a precificação apropriada de fundamentos e a elevação de gastos fiscais em diversos países.
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Cautela e Monitoramento
Diante da complexidade do cenário, o Copom reforça a importância de uma postura cautelosa, focando nos mecanismos de transmissão da conjuntura externa sobre a dinâmica de inflação interna. O comitê se compromete a acompanhar de perto os dados e a calibrar seus impactos, especialmente em relação à medida de ampliação da isenção do IR, que será avaliada com cautela devido à sua incerteza.
A decisão de manter a Selic em 15% reflete a prioridade do Banco Central em garantir a estabilidade de preços, suavizando as flutuações da atividade econômica e promovendo o pleno emprego.
