Copom mantém Selic em 15% e incertezas pairam sobre 2026: análise da economia brasileira

Copom deve cortar juros em janeiro? Juros em jogo e incertezas para 2026! Economia brasileira desacelera, mas inflação arrefece. Expectativa por corte na Selic surge, mas Copom deve manter juros em 15%. Incertidões fiscais e gastos públicos podem impactar política de juros

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(Imagem de reprodução da internet).

Economia Brasileira: Juros em Jogo e Incertidões para 2026

A recente expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 0,1% no terceiro trimestre reacendeu a esperança de que o Comitê de Política Monetária (Copom) possa iniciar o corte da taxa Selic em janeiro. Essa expectativa se justifica não apenas pela desaceleração geral da economia, mas também pela análise da composição dos dados.

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O consumo das famílias, apesar dos bons resultados do mercado de trabalho e do aumento da massa salarial, cresceu a um ritmo igualmente lento, indicando que as altas taxas de juros já estão afetando o poder de compra das famílias, independentemente do fortalecimento da renda proveniente do trabalho e de programas sociais.

Adicionalmente, houve uma pequena expansão nas importações, de 0,3%, mesmo com a valorização do Real em relação ao dólar. Essa dinâmica reflete a demanda interna e os investimentos, evidenciando a complexidade do cenário econômico.

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Paralelamente, a inflação também apresenta sinais de arrefecimento, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingindo o teto da meta de 4,5% no acumulado de 12 meses. As projeções do mercado indicam uma desaceleração ainda maior.

Um fator que pode impulsionar o início dos cortes da Selic é a possível redução das taxas de juros pelo Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos. Juros menores nos EUA tendem a atrair investimentos para outros mercados, mantendo o Brasil competitivo devido ao diferencial das taxas.

Na próxima semana, o Copom também realizará uma reunião, mas a expectativa predominante é de manutenção da Selic em 15%. Para 2026, a incerteza permanece sobre a intensidade dos cortes da Selic ao longo do ano, pois mesmo em queda, as projeções de inflação ainda estão distantes do objetivo de convergência para a meta de 3%.

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É importante ressaltar que, apesar dos sinais de desaceleração da economia, que podem conter o aumento dos preços, o ano de eleições costuma ser marcado por um aumento dos gastos públicos. A partir de 2026, a disponibilidade de renda para milhões de brasileiros deve aumentar devido ao aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda, o que pode impulsionar o consumo.

No entanto, as incertezas fiscais persistem, mesmo que o orçamento do ano que vem seja aprovado, prevendo um superávit nas contas públicas. A execução das receitas e despesas, juntamente com o aumento inevitável da dívida pública, são fatores cruciais na definição da política de juros, que, por sua vez, impacta diretamente a inflação.

Em resumo, diversos fatores influenciarão o esperado corte da Selic, que, provavelmente, não resultará em uma queda significativa da taxa, até que haja maior segurança em relação à inflação e à estabilidade econômica.

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