Coreia do Sul remove caixas de som de propaganda da fronteira com o Norte

Novo governo demonstra gesto de reconciliação com a medida; transmissões abrangiam K-pop e conteúdos que desafiavam o regime.

04/08/2025 5h53

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(Imagem de reprodução da internet).

O Ministério da Defesa da Coreia do Sul anunciou na segunda-feira (4.ago.2025) que começou a remover os alto-falantes de propaganda instalados na fronteira com a Coreia do Norte. A ação representa um sinal de boa vontade do governo sul-coreano, que almeja diminuir as tensões e restabelecer o diálogo com Pyongyang.

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O governo do presidente sul-coreano, Lee Jae-myung (Partido Democrata, centro-direita), já havia interrompido as transmissões de propaganda direcionadas à Coreia do Norte em junho, ao assumir o cargo, conforme informações da Associated Press. A remoção dos equipamentos representa mais uma medida nas iniciativas de acercamento com o Norte, após um período de redução considerável na colaboração entre os países.

A decisão de retirar os aparelhos ocorre após o governo anterior, de orientação conservadora, ter retomado as transmissões diárias em junho de 2024. Essa retomada foi uma reação às ações da Coreia do Norte, que enviou balões contendo lixo em direção ao território sul-coreano.

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As transmissões de rádio afetavam diretamente o governo da Coreia do Norte, sob a liderança de Kim Jong-un. O conteúdo incluía mensagens de propaganda e músicas K-pop, selecionados para perturbar o regime de Pyongyang.

A Coreia do Norte tem aumentado esforços para eliminar a influência da cultura pop e da língua sul-coreana.

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A fronteira que divide as duas Coreias, uma das mais militarizadas do mundo, tem sido palco de várias ações de guerra psicológica com estratégias parecidas às da Guerra Fria (1947-1991). Essas campanhas aumentaram as tensões já altas devido ao desenvolvimento do programa nuclear da Coreia do Norte e aos esforços de Seul para realizar exercícios militares conjuntos com os Estados Unidos.

O Ministério da Defesa sul-coreano classificou a remoção como uma “medida prática” para amenizar as tensões. Lee Kyung-ho, porta-voz do ministério, não detalhou especificamente como os equipamentos removidos serão armazenados ou se poderão ser rapidamente reinstalados caso as tensões entre as Coreias se intensifiquem novamente. O ministério ressaltou que a ação não compromete a prontidão militar do país.

Até o presente momento, a Coreia do Norte não emitiu declarações oficiais sobre a iniciativa sul-coreana. Na semana passada, Kim Yo Jong, irmã do líder norte-coreano, rejeitou as aproximações do governo de Lee. Ela declarou que a “confiança cega” de Seul na aliança com os EUA e a hostilidade em relação à Coreia do Norte tornam o atual governo indistinguível do seu antecessor conservador.

Os comentários de Kim Yo Jong indicam que a Coreia do Norte, focada na expansão de sua cooperação com a Rússia no conflito ucraniano, não exibe pressa em retomar a diplomacia com Seul e Washington.

Fonte por: Poder 360

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