Coronel afirma ao STF que forneceu carta que exercia pressão sobre o Exército em relação a um golpe

Fabrício Moreira de Bastos afirmou ter encaminhado o documento ao seu superior no Centro de Inteligência do Exército, seguindo orientação interna; a car…

28/07/2025 19h20

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(Imagem de reprodução da internet).

O coronel do Exército Fabrício Moreira de Bastos confirmou, na segunda-feira (28), ao Supremo Tribunal Federal (STF), que teve acesso e repassou ao seu superior hierárquico a chamada Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro. O documento é apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como uma tentativa de pressionar o alto comando militar a aderir a um golpe de Estado após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

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O tenente-coronel Anderson Bastos declarou ao juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes, Rafael Henrique, que a solicitação para repassar informações foi feita pelo então chefe do Centro de Inteligência do Exército (CIE), coronel De La Vega.

Assim que soubemos da existência da carta, meu superior determinou que o documento fosse encaminhado a ele. Eu não participava do grupo de WhatsApp “Aman 97”, mas sabia que o coronel Correia Neto fazia parte. Pedi que, se ele tivesse acesso, me enviasse uma cópia, o que de fato ocorreu. Então encaminhei o material ao general De La Vega.

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O militar também declarou que seu superior já tinha conhecimento de que a chamada “turma de 1997” estava preparando o documento e que o objetivo ao receber a carta seria dissuadir os oficiais de publicá-la, além de desencorajar novas assinaturas. Segundo a denúncia da PGR, a carta tinha como finalidade pressionar o alto comando do Exército e mobilizar apoio interno à tentativa de golpe. A investigação revelou que Bastos compartilhou o conteúdo com outros militares das Forças Especiais, o que teria configurado um esforço de articulação.

Durante o depoimento, Bastos criticou a qualidade do texto da carta. “Era mal escrita, com frases soltas, sem coerência. Pode até ser entendida como um desabafo dos oficiais, mas era inofensivo acreditar que um documento feito por quatro coronéis teria força para pressionar os 16 comandos do Exército”, afirmou. Ele também declarou que o Exército instaurou uma sindicância interna e puniu os militares que assinaram ou divulgaram a carta.

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A PGR indica os tenentes-coronéis Ronald Ferreira de Araújo Júnior e Sérgio Cavaliere como coautores da carta, que foi depois divulgada pelo jornalista Paulo Figueiredo. A procuradoria sustenta que o objetivo da divulgação seria intensificar a pressão sobre os comandantes que se opunham à ideia de um golpe e expandir o alcance da mensagem por meio de campanhas de desinformação. O caso tramita sob análise do STF no inquérito que apura a tentativa de ruptura institucional.

Fonte por: Jovem Pan

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