Coronel afirma que reunião não teve intenção de golpismo: “Reunião foi confraternização”

Márcio Resende declarou ao STF que o encontro com militares ocorreu de forma informal e que as mensagens refletiam frustração.

28/07/2025 18h18

3 min de leitura

Imagem PreCarregada
(Imagem de reprodução da internet).

O coronel do Exército Márcio Nunes de Resende Júnior negou, na segunda-feira (28.jul.2025), em depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal), ter participado de reuniões para pressionar o Alto Comando do Exército a aderir a um golpe de Estado após as eleições de 2022. Apontado pela PGR (Procuradoria Geral da República) como integrante do núcleo 3 do caso, Resende afirmou que os encontros mencionados na acusação eram celebrações informais entre militares.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ele se referia, em especial, à reunião de 28 de novembro de 2022, em Brasília. A procuradoria afirma que o episódio foi uma tentativa de influenciar a cúpula da Força. Segundo o coronel, o encontro se deu no salão de festas do prédio onde seu pai mora, na Asa Norte, e não teve caráter político. Afirmou que cada convidado levou algo para a reunião, que não teve convite formal.

“Era o sistema de levar tudo o que cada um trouxera. Ainda há quem me deva até hoje”, declarou. Acrescentou que permaneceu até o final para auxiliar na limpeza do local e entregar a chave ao porteiro.

LEIA TAMBÉM:

Resende também comentou sua participação no grupo de WhatsApp “Dos”, formado por militares e criado em 2013. Afirmou que o espaço servia para troca de informações e convites para encontros sociais. Descartou que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), fosse o “dono” do grupo.

Em mensagem datada de dezembro de 2022, Resende declarou que, caso Bolsonaro utilizasse “Ou participa ou pede para sair!!!”. Em outra passagem, escreveu: “Se não temos coragem de combater o indivíduo e a fraude eleitoral, enfrentaremos quem?”. Referindo-se ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O coronel declarou que os trechos indicavam “o lado perdedor esperneando” e refletiam a frustração com a falta de resposta em relação às manifestações em frente aos quartéis. “Quis dizer que muitos podiam se juntar e que se perderia o controle da situação”, afirmou.

Resende afirmou não conhecer o general Valério Stumpf Trindade, mencionado pela PGR como um dos que resistiram a pressões. “O coronel não influencia general”, declarou. Também negou qualquer envolvimento com uma carta elaborada por militares que, segundo a procuradoria, visava pressionar o Alto Comando.

“Para mim, essa carta foi uma novidade. Eu mesmo não tenho conhecimento nenhum sobre ela”. “Se alguém falou sobre alguma carta, eu não presenciei. Ninguém apresentou documento algum. Ela não foi objeto do nosso encontro.”

O encontro

A reunião ocorreu na noite de 28 de novembro de 2022, em Brasília, no início da semana de reuniões do Alto Comando do Exército. Mauro Cid afirmou que militares das Forças Especiais se reuniam mensalmente na capital para confraternizações.

O MPF, contudo, alega que a reunião fez parte de uma estratégia de um golpe. Segundo apurações, o coronel Bernardo Romão Corrêa Neto organizou o encontro para “reunir alguns BPE [Batalhões de Operações Especiais] em funções-chave” a fim de discutir “como influenciar nossos superiores”, conforme escreveu em mensagem datada de 26 de novembro. Na ocasião, ele era assessor do então comandante militar do Sul, general Fernando Soares.

Núcleo 3 do “Golpe”

De acordo com o relatório da Procuradoria-Geral da República, os membros do núcleo 3 teriam responsabilidade pelas ações de campo referentes ao monitoramento e neutralização de autoridades públicas. Além disso, são acusados de promover ações táticas para convencer e pressionar o alto comando do Exército a finalizar o golpe.

Os sátiros são:

Acompanhe a transmissão ao vivo do interrogatório:

Fonte por: Poder 360

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.