Coronel afirma ter descrito Moraes como “ponto central”
Fabrício Moreira de Bastos está entre os réus ouvido pelo STF; o coronel afirmou que nunca teve a intenção de “eliminar” o ministro.

Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército, afirmou ter redigido uma mensagem que considerava Alexandre de Moraes, ministro do STF, como um “ponto de convergência” por conta de sua “aproximação e confiança com o Exército Brasileiro e o Poder Judiciário”.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Moreira respondia a questionamentos da PGR (Procuradoria Geral da República) acerca das mensagens direcionadas a Bernardo Romeu Corrêa Netto, coronel do Exército. A declaração ocorreu nesta segunda-feira (28.jul.2025), durante o depoimento dos réus do chamado núcleo 3 no STF (Supremo Tribunal Federal). Moreira e Romeu são acusados no grupo.
O coronel afirmou ter elaborado um plano de medidas a serem implementadas pelas Forças Armadas, de forma independente. As mensagens apontavam para uma sequência de ações que, na visão de Moreira, os chefes militares deveriam adotar. Dentre elas, constavam a “falta de coesão dentro da Força”, a “necessidade de alertar os comandantes militares”, a “criação do gabinete de crise” e a “realização de ações concretas no campo informacional”. O roteiro é citado na denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República).
LEIA TAMBÉM:
● Museu Tailandês remove obras de minorias devido à pressão da China
● Trump questiona números oficiais sobre o mercado de trabalho
● Motta afirma que a anistia desvia a atenção de outras questões prioritárias do Brasil
A Procuradoria-Geral da República indica que o item número 5 do roteiro determina que o Exército Brasileiro deve se comunicar com o presidente do Legislativo e do Judiciário. Busca-se, assim, o estabelecimento de relações de confiança entre o Presidente da República e o comandante do Exército Brasileiro. Centro de gravidade: Alexandre de Moraes.
O coronel afirmou que seu roteiro não possuía conotações violentas. Discorreu sobre o entendimento de “neutralização” conforme a definição das Forças Armadas: “consiste em produzir temporariamente certo dano aos equipamentos de apoio logístico, de forma a tornar ineficazes as operações do inimigo”. Ou seja, não se trata de eliminar.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Moreira relatou ter escrito o roteiro devido às manifestações em frente às unidades militares. Afirmou que sua função como membro do Centro de Inteligência do Exército era zelar pela imagem da Força, que se mostrava desgastada pelas manifestações desde o final do segundo turno eleitoral. Ele mencionou a existência de uma falta de comunicação entre os comandantes e as tropas, e que almejava alcançar uma “unicidade de discurso”.
Havia duas versões do roteiro, enviadas em um intervalo de 49 minutos. O coronel enviou as mensagens a Romeu na noite de 28 de novembro de 2022, após uma “confraternização” entre militares das Forças Especiais em Brasília.
Segundo Moreira, ele elaborou os itens do roteiro com base no Manual de Fundamentos de Comunicação Social do Exército. Ele apenas apresentou o documento a Bernardo Romão.
NÚCLEO 3
O grupo de acusados no núcleo 3 é composto por 9 militares e 1 policial. De acordo com o inquérito da PGR (Procuradoria Geral da República), eles teriam sido responsáveis pelas “ações de campo” referentes ao acompanhamento e desestabilização de autoridades públicas. Além disso, são acusados de implementar ações táticas para “persuadir e influenciar a alta cúpula do Exército a concluir o golpe”.
Os sátiros são:
Acompanhe a transmissão do interrogatório:
Na última quinta-feira (24.jul), o Tribunal ouviu os réus dos núcleos 2 e 4. Em 9 e 10 de junho, a Primeira Turma do STF interrogou os réus do núcleo 1, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, pessoalmente.
Fonte por: Poder 360