Correios: Crescimento em Encomendas vs. Crise e Medidas Drásticas!

Correios enfrentam crise! Faturamento dispara em encomendas, mas prejuízo bilionário persiste. A gigante estatal registra R$ 7,2 bi em encomendas e R$ 3,6 bi em mensagens – recorde desde 2022. Impacto da “Remessa Conforme” e queda nas postagens internacionais. Saiba mais!

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Apesar de uma crise financeira que se estende por 12 trimestres consecutivos, os Correios registraram um leve aumento nas receitas provenientes de encomendas e mensagens no terceiro trimestre de 2025. Dados da empresa, encerrados em 30 de setembro, indicaram um faturamento de R$ 7,2 bilhões em encomendas e R$ 3,6 bilhões em mensagens – os maiores valores observados desde 2022.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No entanto, a situação continua complexa, com um déficit considerável em relação ao mesmo período de 2024, que totalizou quase R$ 2,1 bilhões.

Impacto da Remessa Conforme

Um dos principais fatores que contribuíram para a queda nas receitas foi a diminuição nas postagens internacionais. O segmento, que antes representava mais de 20% do faturamento da empresa, recuou em aproximadamente R$ 2 bilhões, fechando em apenas R$ 1,1 bilhão.

LEIA TAMBÉM!

Essa retração está diretamente ligada à implementação do programa “Remessa Conforme”, criado pelo Ministério da Fazenda em 2023. A medida, que introduziu um imposto de importação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50 (anteriormente isentas), também incentivou a atuação de empresas privadas no setor de fretes, reduzindo a dependência dos Correios.

Mudanças no Mercado de Encomendas

A influência da “Remessa Conforme” se refletiu no mercado de encomendas, onde a participação dos Correios diminuiu significativamente. Dados apresentados em coletiva na segunda-feira, 29, revelaram que a fatia da empresa no mercado caiu de 51% em 2019 para apenas 22% em 2025.

O presidente da empresa, Emmanoel Rondon, justificou a mudança, afirmando que “o monopólio de cartas em centros urbanos deixou de ser suficiente para financiar os serviços postais universais em regiões remotas ou deficitárias”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Plano de Reestruturação e Medidas de Corte

Para enfrentar a crise, a empresa apresentou um plano de reestruturação com o objetivo de equilibrar as contas até 2026 e alcançar o lucro a partir de 2027. O plano prevê cortes de R$ 2,1 bilhões em gastos com pessoal, a venda de R$ 1,5 bilhão em imóveis não operacionais e o fechamento de mil agências.

Além disso, a companhia implementará um Programa de Demissão Voluntária (PDV), buscando reduzir em até 15 mil o número de funcionários, o que representa 18% da força de trabalho. A reformulação do plano de saúde também é uma medida prevista, com expectativa de economizar R$ 500 milhões por ano.

Novas Fontes de Financiamento e Investimentos Futuros

Para garantir a continuidade das operações, a estatal já contratou um empréstimo de R$ 12 bilhões com bancos privados, embora a intenção inicial fosse captar R$ 20 bilhões, o que foi negado pelo Tesouro Nacional devido às altas taxas de juros.

A direção da empresa busca agora mais R$ 8 bilhões, que podem vir por meio de aportes públicos ou uma nova rodada de crédito. Entre 2027 e 2030, a empresa também prevê um investimento de R$ 4,4 bilhões por meio de uma linha de financiamento do Novo Banco de Desenvolvimento (Brics), presidido por Dilma Rousseff.

Esse valor será destinado à automação de centros de tratamento, renovação da frota, descarbonização, modernização de TI e reestruturação da malha logística.

Perspectivas de Receita e Desafios

Apesar dos ajustes e cortes, a expectativa da empresa é aumentar a receita total para R$ 21 bilhões em 2027. Em 2024, o faturamento fechou em R$ 18,9 bilhões, abaixo dos R$ 19,2 bilhões de 2023 e dos R$ 19,8 bilhões de 2022. O principal desafio agora é reverter a tendência de prejuízos e reposicionar os Correios em um mercado cada vez mais competitivo.

Sair da versão mobile