Criminoso associado ao Primeiro Comando da Capital instalou armada de embarcações para realizar exportação de cocaína
01/05/2025 10h40

O empresário Marco Aurélio de Souza, o Lelinho, é apontado como um dos principais articuladores da exportação de cocaína do Primeiro Comando da Capital para a Europa, utilizando embarcações de vela e lanchas menores, durante a Operação Narco Vela, deflagrada pela Polícia Federal na última terça-feira (29/4).
O suspeito é responsável pelo envio de 2 toneladas de droga para a Espanha, em julho de 2022, e por uma série de outras operações criminosas. A descoberta do crime foi realizada pela Guarda Civil Espanhola na cidade de Aldea de San Nicolás.
A análise dos dados eletrônicos revelou um número associado à contratação do navio, pertencente à empresa Jacksupply Assessoria de Bordo e Comércio Exterior, que, conforme as investigações, seria controlada por Lelinho por meio de testa de ferro e operava na Baixada Santista.
A Polícia Federal afirma que o investigado, embora ligado ao setor marítimo, emprega sua posição empresarial para facilitar e esconder atividades ilegais.
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O esquema de tráfico de drogas envolvia a utilização de uma frota de veleiros e embarcações menores para o transporte de entorpecentes. A Polícia Federal informou que o esquema começou com o uso de pequenas lanchas, que entregavam a droga em embarcações maiores, operando no Oceano Atlântico.
Ao alcançar a costa da África, a droga era novamente carregada em embarcações menores, que a transportavam até o continente.
Contato com Jogador
As investigações indicam que Lelinho mantinha contato direto com Gabriel Gil Bernardo, também conhecido como Jogador, que é apontado como membro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Os dois teriam colaborado na aquisição de embarcações e no ajuste de estratégias para a exportação de drogas.
A Polícia Federal aponta que o contato de Lelinho com o PCC é explícito em conversas interceptadas, onde ele menciona outros indivíduos como “disciplina” da facção, para analisar a viabilidade de punições por desrespeito ao código criminal.
Klaus de Castro Rios Motta e Silva, apontado como operador do esquema, também foi preso na última terça-feira.
A inclusão do nome de Klaus disciplina o PCC, em razão de supostos desentendimentos financeiros entre ambos, fortalece a hipótese da existência de relação criminosa estável entre LELINHO, KLAUS e a própria organização criminosa, afirma a PF.
Além de Lelinho, Klaus e Jogador, foram presos Walter Pires Junior, Neuci Carmello, Anderson Monteiro Gomes, Erick Lennon de Souza Ribeiro Verrone, Fábio Rodrigues Ulhoa Cintra, Ivan de Freitas Santos, Júlio Cesar Fernandes, Leonardo Prado Rocha e Sérgio Ruiz da Silva. Seis indivíduos permanecem foragidos.
Investigação
O juiz Roberto Lemos acatou a solicitação, que compreende imóveis, veículos, embarcações, dinheiro, joias e criptoativos relacionados a pessoas físicas e jurídicas sob investigação.
A atuação jurisdicional, no caso específico de tráfico, associado ao tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, deve abranger o enfrentamento patrimonial do crime, não apenas para impedir o proveito de seu produto econômico, mas também para obstar o emprego desses bens e verbas como insumo destinado à continuidade da prática delitiva.
Fonte: Metrópoles