Curva de Phillips: Entenda a relação entre inflação e desemprego no Brasil

Curva de Phillips: Entenda a relação entre inflação e desemprego, aplicações na economia brasileira e seus impactos nos investimentos.

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(Imagem de reprodução da internet).

A Curva de Phillips e o Mercado Financeiro

A queda no desemprego, anunciada pelo governo, imediatamente chama a atenção dos investidores experientes. Eles preparam-se para o próximo movimento do Banco Central, seguindo uma teoria econômica que tem influenciado decisões de investimento há mais de 60 anos.

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O Conceito da Curva de Phillips

A Curva de Phillips é um modelo que relaciona o nível de emprego com a inflação. Em termos simples, sugere que quando o desemprego está baixo, os preços tendem a subir. E quando o desemprego aumenta, a pressão sobre os preços diminui.

Essa relação se baseia na ideia de que, em momentos de pleno emprego, as empresas precisam competir por trabalhadores, oferecendo salários mais altos. Esses custos são repassados aos consumidores, gerando inflação. Por outro lado, quando há muitos desempregados, as empresas não precisam aumentar salários, mantendo os preços mais estáveis.

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Origens e Evolução da Teoria

A teoria começou com William Phillips, que em 1958 analisou dados do Reino Unido. Ele descobriu uma correlação consistente: períodos de baixo desemprego estavam associados a salários em alta, enquanto o desemprego aumentava, os salários permaneciam parados.

Nos anos 1960, Paul Samuelson e Robert Solow adaptaram a teoria, analisando a inflação geral de preços. Essa descoberta revolucionou a forma como os governos pensavam sobre política econômica.

Por décadas, políticos acreditaram que poderiam escolher entre ter mais empregos com inflação mais alta ou menos inflação aceitando mais desemprego. Essa visão simplista funcionou até os anos 1970, quando a crise do petróleo desafiou a teoria.

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Como a Curva de Phillips Funciona na Prática

Imagine uma cidade onde todas as empresas estão contratando e há poucos trabalhadores disponíveis. As empresas começam a oferecer salários cada vez maiores para atrair funcionários. Com mais dinheiro no bolso, as pessoas consomem mais, e as lojas aproveitam para aumentar os preços.

Agora pense no cenário oposto, com muitas pessoas desempregadas e poucas vagas. As empresas podem pagar salários menores porque há fila de candidatos. Sendo assim, com menos dinheiro circulando, o comércio não consegue subir preços porque as pessoas compram menos.

Essa relação de inflação e desemprego é observada de perto pelos bancos centrais do mundo todo para decidir se devem subir ou baixar os juros. Quando o desemprego está muito baixo e a inflação começa a acelerar, geralmente os juros sobem para esfriar a economia.

Impactos da Inflação nos Investimentos

Tesouro Direto:

No Tesouro Direto, a inflação afeta cada título de forma diferente. Os títulos indexados ao IPCA, como o Tesouro IPCA+, protegem completamente contra a inflação, pagando a variação do índice mais uma taxa extra. Já os títulos prefixados, como o Tesouro Prefixado, sofrem quando a inflação surpreende para cima.

LCIs e LCAs:

As Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio geralmente rendem um percentual do CDI. Quando a inflação sobe, o Banco Central tende a aumentar os juros para controlá-la, beneficiando esses investimentos.

Fundos de Investimento:

Os fundos multimercados são os que melhor navegam em períodos de mudança na relação inflação-desemprego. Gestores experientes ajustam rapidamente as carteiras, comprando dólar quando esperam inflação, migrando para juros quando o Banco Central deve agir, ou apostando em ações de empresas que se beneficiam do cenário.

A Curva de Phillips Aumentada

Nos anos 1970, Milton Friedman revolucionou a teoria ao incluir as expectativas das pessoas. Ele mostrou que não adianta o governo tentar contornar o mercado, já que, se todos esperam 5% de inflação, vão agir como se ela já existisse, negociando salários e preços com base nisso.

Curva de Phillips e Estagflação

A estagflação é o pesadelo de qualquer economia: a inflação alta combinada com desemprego crescente e economia parada.

Imprimir Dinheiro Segundo a Curva de Phillips?

A pergunta sobre imprimir dinheiro é polêmica. Alguns economistas defendem que em momentos de alto desemprego, injetar mais dinheiro em circulação pode estimular a economia sem gerar muita inflação.

A Curva de Phillips no Curto e Longo Prazo

No curto prazo, a relação funciona porque preços e salários têm rigidez. No longo prazo, todos percebem e se adaptam.

Curva de Phillips e a Lei de Okun

A Lei de Okun é outra ferramenta importante que relaciona crescimento econômico com desemprego.

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