A palestra de Daniel Krutman, CEO da Sports, foi o ponto central do 4º Fórum Máquina do Esporte. Krutman apresentou uma análise sobre como o comportamento de compra dos corredores mudou significativamente. Ele argumentou que a jornada de consumo não é mais linear, mas sim fragmentada e fortemente influenciada por fatores sociais, emocionais e culturais.
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O Fim do Funil Tradicional
Krutman enfatizou que o modelo de consumo tradicional – que começava com a descoberta, seguia pelo tênis, conteúdo, participação em provas e, por fim, com assessoria e suplementação – já não se aplica mais. Ele descreveu a situação como “o funil morreu”, destacando que, na era da economia da atenção, não existe um caminho linear para o consumidor.
Dados do Mercado de Corrida
Durante a apresentação, no Teatro ESPM em São Paulo, Krutman compartilhou dados importantes. O mercado global de corrida movimentou US$ 46 bilhões e a expectativa é que alcance US$ 77 bilhões até 2025, segundo a EMR/Clight. O segmento de tênis representa 51,7% desse volume total.
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No Brasil, estima-se que existam 14 milhões de corredores frequentes e 4 milhões que participam de provas. Essa comunidade está conectada à crescente economia do bem-estar, que atingiu US$ 6,3 trilhões em 2023 e pode chegar a US$ 11 trilhões até 2029, conforme o Global Wellness Institute.
Sociabilização e o Corredor
Krutman ressaltou a importância de entender o corredor, focando em suas motivações emocionais. Ele apontou que a sociabilização é um dos principais fatores que impulsionam a prática da corrida. No Brasil, as assessorias esportivas se tornaram importantes polos de convívio, enquanto em outros países, as “crews” – grupos espontâneos – ampliam o sentimento de pertencimento.
Ele observou que essa dinâmica aproxima o consumo do corredor do seu ciclo de vida, com a sequência de compra deixando de seguir uma ordem fixa e refletindo as fases da trajetória do atleta. A corrida, segundo Krutman, influencia diretamente 12 pessoas ao seu redor, ligando-se ao círculo social do corredor.
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A Ascensão da Geração Z
Krutman destacou o crescimento da Geração Z nas provas de rua. Em 2023, essa geração representava 7,9% dos atletas amadores, e a projeção para 2025, segundo a Ticket Sports, aponta para uma participação de 15%. Essa geração busca priorizar a saúde mental, reduz o consumo de álcool e compartilha sua rotina esportiva nas redes sociais.
Todas essas tendências indicam que as corridas de rua estão ganhando espaço na economia e na cultura de consumo dos novos corredores, consolidando-se como uma prática cada vez mais relevante.
