Defensores da democracia celebram condenação de Bolsonaro e enfatizam o enfrentamento ao ataque às instituições

Deputados e senadores da base do governo destacam a prisão domiciliar do ex-presidente e justificam a atuação do STF no inquérito sobre obstrução à Just…

04/08/2025 21h31

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DF - BRASÍLIA, DEPOIMENTOS DOS RÉUS DO NÚCLEO PRINCIPAL DO INQUÉRITO QUE INVESTIGA UMA TENTATIVA DE GOLPE DE ESTADO. - POLÍTICA - DF - BRASÍLIA - 10/06/2025 - BRASÍLIA, DEPOIMENTOS DOS RÉUS DO NÚCLEO PRINCIPAL DO INQUÉRITO QUE INVESTIGA UMA TENTATIVA DE GOLPE DE ESTADO. - O ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro senta-se diante do juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes durante seu julgamento no Supremo Tribunal Federal, juntamente com outros acusados em um suposto plano de golpe para manter Bolsonaro no cargo após sua derrota nas eleições de 2022, em Brasília, Brasil, terça-feira, 10 de junho de 2025. 10/06/2025 - Foto: MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que ordenou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teve grande repercussão positiva entre parlamentares governistas. A medida, adotada no contexto de um inquérito que apura a tentativa de obstrução da Justiça, motivou defensores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a manifestarem apoio público ao Supremo e a considerarem a ação como um “marco histórico”.

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O senador Rogério Carvalho (PT-SE) declarou que a decisão representa a força da Justiça frente a ataques à democracia. “O Brasil está dizendo, em alto e bom som: quem atenta contra a democracia vai responder por isso! Não há anistia para golpistas. Não há blindagem para quem tramou contra a Constituição, conspirou nos porões do poder e tentou usurpar a vontade soberana do povo brasileiro”.

Bolsonaro é réu em processos sobre tentativa de golpe de Estado, porém a ordem de prisão domiciliar está ligada à apuração de obstrução à Justiça. Nesse inquérito, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, é apontado como articulador de possíveis sanções estrangeiras ao Judiciário brasileiro durante viagens aos Estados Unidos.

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O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) ironizou em redes sociais: “Um tornozelo de cada vez em direção à Papuda”, fazendo referência ao uso de tornozeleira eletrônica imposto ao ex-presidente. A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) também ironizou a medida: “Com isso, o ex-presidente não poderá sair de casa nem mesmo antes das 19h, tornando nossas ruas mais seguras”.

A presidente nacional do PT, Edinho Silva, também se manifestou em apoio à medida adotada por Moraes: “Se existe uma ordem do Supremo e ela é descumprida, é evidente que o Judiciário tem a prerrogativa de aumentar a pena proposta”, declarou. Edinho ainda defendeu que seja aprofundada a investigação sobre a tentativa de golpe e a suposta organização criminosa que teria tentado assassinar autoridades da República.

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A decisão de Moraes se fundamenta na percepção de que Bolsonaro infringiu de maneira “deliberada e consciente” as medidas protetivas determinadas pelo STF. Entre as irregularidades, está sua participação, mesmo que indireta, em um ato ocorrido no domingo (3) por seguidores em Copacabana, no Rio de Janeiro. Segundo o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), Bolsonaro apareceu em uma ligação de vídeo durante o evento, o que representaria nova violação.

Ademais, (Eduardo Bolsonaro) continua promovendo sanções estrangeiras contra o Brasil e atentando contra a soberania nacional em articulação com atores políticos internacionais, afirmou Lindbergh, acrescentando que a resposta do Supremo foi “proporcional à gravidade dos atos”.

A decisão estabelece que Bolsonaro cumpra prisão domiciliar com monitoramento eletrônico e impõe restrições severas: está proibido de receber visitas, exceto advogados e familiares próximos, além de estar impedido de usar celulares ou manter comunicação com embaixadores e demais investigados. A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) limitou-se a dizer “grande dia”, enquanto a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) reforçou: “Ninguém está acima da lei”.

Moraes esclareceu que, em caso de novo descumprimento das medidas, a prisão preventiva poderá ser decretada imediatamente, nos termos do Código de Processo Penal. O processo em questão, PET 14129, apura crimes como a coação no curso de processo, a tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito e a obstrução de investigações sobre organização criminosa.

A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro representa mais uma fase da forte polarização política no Brasil, com o Supremo Tribunal Federal desempenhando um papel central na restrição de ações consideradas antidemocráticas.

Fonte por: Jovem Pan

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