Defesa afirma que Braga Netto acusou Cid de mentir em audiência
Braga Netto e Cid divergem em suas análises das versões de depoimentos no STF referentes à entrega de recursos para financiar operações de um suposto go…

O advogado do general Walter Braga Netto, José Luís Oliveira Lima, afirmou nesta terça-feira (24.jun.2025) que o militar chamou o tenente-coronel Mauro Cid de mentiroso durante a manifestação no STF (Supremo Tribunal Federal) na manhã. Ambos são réus na ação penal por tentativa de golpe de Estado.
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O advogado afirmou que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) manteve a cabeça baixa durante o procedimento. “É uma pena que não tenha imagens, por exemplo, do general Braga Netto que, em duas ocasiões, chamou o senhor Mauro Cid, que permaneceu durante todo o ato com a cabeça baixa, de mentiroso”, declarou Lima a jornalistas.
A acareação é um instrumento jurídico que confronta indivíduos com versões divergentes para que esclareçam inconsistências em seus relatos. Trata-se de um pedido da defesa do ex-ministro da Casa Civil para analisar a dinâmica do encontro de 12 de novembro de 2022 na residência do general e a suposta entrega de recursos para financiar a operação “Punhal Verde Amarelo”.
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A reunião teve início às 10h18. Participaram o ministro relator do caso, Alexandre de Moraes, o ministro Luiz Fux e o procurador-geral da República, Paulo Gonet. Encerrada às 12h05.
O advogado de Braga Netto afirmou a jornalistas que Mauro Cid “mente o tempo todo”.
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De acordo com Lima, as versões dos depoimentos foram mantidas, porém o tenente-coronel incluiu um terceiro local onde o general teria feito a entrega do dinheiro. A defesa alega que Cid teria declarado, em diversos depoimentos, que o ex-ministro repassava os recursos na sala de assistência de ordens, no Palácio do Planalto, e em duas garagens distintas.
Ele insiste nesses detalhes. Ele alega que o pagamento poderia ter ocorrido em um terceiro local. Aí, questionado: “O senhor tem prova disso?”, declarou Lima: “Não, ele não tem”.
O advogado, Moraes, negou que a defesa tenha gravado a audiência. Segundo Lima, o ato configura uma violação de sua prerrogativa. “Todos os atos desse processo foram gravados e a opinião pública teve acesso. Neste caso, em que é fundamental pegar os detalhes da fala de cada acusado, foi negado”, declarou.
O advogado comunicou que irá denunciar o caso à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Após as audiências, as autoridades irão comparar as declarações divergentes para progredir nas conclusões do caso.
Lima declarou, em entrevista ao Poder360, que o acordo de colaboração premiada de Cid poderá ser revogado caso os termos legais assumidos sejam descumpridos.
O tenente-coronel tem o compromisso de declarar a verdade e não deixar de mencionar informações relevantes.
O tenente-coronel alegou ter recebido do general R$ 100 mil em uma sacola para custear as ações do plano. Segundo o delator, o dinheiro foi obtido por Braga Netto com empresários do agronegócio, após o PL recusar a liberação dos recursos.
O general negou a versão de Cid e afirmou não ter tido contato com empresários do setor, tampoco solicitado recursos financeiros. Braga Netto foi detido em dezembro de 2024 após Cid prestar depoimento à Polícia Federal e relatar a ocorrência da entrega do dinheiro.
O tenente-coronel também teria informado que o general entrou em contato com o seu pai, o general Lourena Cid, para obter informações sobre a detenção. A prisão preventiva foi decretada por Moraes.
Braga Netto abandonou a posição de Comando da 1ª Divisão do Exército, sediada no Rio de Janeiro, onde se encontra detido, para comparecer pessoalmente ao STF nesta terça-feira (24.jun) e participar da votação.
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que também é réu na ação penal, também passará por acordo com o ex-comandante do Exército, Freire Gomes.
Fonte por: Poder 360