Defesa afirma que motorista de BMW acelerou após escutar tiros dos PMs
01/11/2023 às 17h25
O advogado do empresário Raimundo Cleofás Alves Aristides Júnior, que foi preso após dirigir alcoolizado em uma BMW e atropelar um policial militar em uma blitz, está alegando que seu cliente não fugiu da blitz. A defesa argumenta que o motorista acelerou apenas em resposta aos tiros disparados pelos policiais que estavam fiscalizando a área central de Brasília, no Eixo Monumental.
Quando Raimundo conseguiu atravessar o bloqueio policial, os soldados atiraram contra o carro e atingiram Islan da Cruz Nogueira, de 24 anos, que morreu antes de receber atendimento médico. Islan estava no banco do passageiro de uma BMW.
“[Islan] morreu gritando pelo nome dele [Raimundo]. Ele [o motorista] tirou o pé do acelerador, e o carro, por si só, começou a andar. A partir do momento em que Raimundo ouviu os disparos, ele acelerou, por desespero”, alegou o advogado Wilibrando Albuquerque.
A defesa informou que Raimundo toma remédio controlado e não bebeu álcool na noite de sábado (28/10) quando foi preso após o incidente. Os advogados não questionaram o resultado do exame do Instituto de Medicina Legal (IML), que confirmou que o motorista havia consumido álcool.
Os dois eram amigos e se encontraram em um restaurante antes do ocorrido. “Nó sábado [28/10], Islan ligou e pediu R$ 500 [ao motorista]. Por algum motivo, Raimundo não conseguiu transferir por Pix, e ele [o empresário] foi até lá para emprestar esse dinheiro. No local, ele consumiu apenas uma água com gás”, completou o advogado.
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A defesa de Raimundo discordou da decisão de mantê-lo preso preventivamente e entrou com um pedido de habeas corpus para obter sua liberdade. O advogado Wilibrando argumentou que Raimundo não representa uma ameaça à ordem pública. Segundo ele, mesmo que tenha cometido um crime ao dirigir um veículo, seria suficiente suspender o seu direito de dirigir.
“A defesa alega que o cliente acelerou para tentar se salvar. Não estamos dizendo que o nosso cliente está certo, mas não é aceitável que a polícia atire no carro”, afirmou Walisson Reis, advogado de defesa do motorista.
Os policiais teriam atirado contra o automóvel depois de Ricardo furar a blitz e atropelar um policial militar. O PM atingido pelo carro disparou, inclusive, enquanto ainda estava no chão. Um dos tiros acertou Islan na cabeça.
Fontes da área de segurança pública informaram ao Metrópoles que a BMW tinha 15 multas em aberto registradas no Departamento de Trânsito (Detran-DF) e que os débitos somavam R$ 2 mil. Apesar de o carro não estar em nome de Raimundo, pertencia a ele, segundo apurado pela reportagem.