Defesa de Andrés Sanchez Requer Rejeição de Denúncia do MP-SP
A defesa de Andrés Sanchez protocolou uma petição na 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, solicitando a rejeição da denúncia apresentada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP). A acusação envolve o uso indevido de cartões corporativos do Corinthians, com suspeitas de apropriação indébita, lavagem de dinheiro e falsidade de documento tributário.
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O advogado Fernando José da Costa, responsável pela defesa, destacou “falhas na condução do inquérito” e criticou a “intensa espetacularização midiática” do caso. A defesa apontou que a coletiva de imprensa realizada pelo MP-SP em 15 de outubro, onde o promotor Cássio Roberto Conserino anunciou a denúncia, foi “ostensiva e performática”.
Imparcialidade do Promotor e Provas Irregulares
A defesa questiona a imparcialidade do promotor, que é identificado como “torcedor assíduo” do Corinthians. Segundo a defesa, ele utilizou a expressão “farra com o dinheiro dos associados” em sua argumentação. Além disso, a linguagem da denúncia foi criticada por incluir “juízos de valor”, como a afirmação de que a versão de Sanchez “beira o deboche”.
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Além disso, a defesa argumenta que a acusação se baseia em provas obtidas de forma irregular, como faturas de cartão de crédito e extratos bancários requisitados diretamente ao Corinthians sem autorização judicial, o que violaria o sigilo.
Uso do Cartão Corporativo e Ressarcimento ao Clube
O advogado de Andrés defende que o uso do cartão corporativo não configura crime, mas sim uma questão administrativa. Ele afirma que não havia regras específicas sobre o uso do cartão e que o presidente tinha autonomia para decidir sobre despesas, como hospedagens e refeições. A defesa acredita que o MP-SP tenta criminalizar atos de gestão sem respaldo legal.
A defesa também rebate os critérios utilizados pelo MP para identificar irregularidades, ressaltando que Sanchez ressarciu o clube por despesas reconhecidas como pessoais, o que afastaria qualquer intenção de desvio de recursos.
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Acusações de Lavagem de Dinheiro
Em relação à lavagem de dinheiro, os advogados afirmam que o MP confunde gastos pessoais com tentativas de ocultação de bens. Compras em supermercados e lojas, como as realizadas no Sonda e Brooksfield, são consideradas consumos normais e não configuram dissimulação. A defesa cita decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que afirmam que o uso de recursos em despesas cotidianas não caracteriza lavagem de dinheiro.
A promotoria do MP-SP alega que Andrés é responsável por apropriação indébita agravada continuada, utilizando dolosamente o cartão corporativo do clube. O valor total dos gastos analisados pelo MP-SP é de R$ 480.169,60.
Afastamento e Bloqueio de Bens
Após a denúncia, Andrés Sanchez solicitou afastamento por tempo indeterminado do Conselho Deliberativo e do Conselho de Orientação do Corinthians. O diretor financeiro Roberto Gavioli também foi afastado e denunciado pelos mesmos crimes na investigação sobre o uso indevido de cartões corporativos.
O MP-SP determinou que Andrés Sanchez e Gavioli devem ressarcir o clube em R$ 480 mil por apropriação indébita, além de 75% do valor por danos morais. A Promotoria também ordenou o bloqueio de bens e busca e apreensão em endereços do ex-presidente.