Delegados defendem a necessidade de atuação da Polícia Federal na Agência Brasileira de Inteligência

Autoridade julgou “inadmissível e desleal” ações que visavam desqualificar o trabalho de delegados.

2 min de leitura

Brasília (DF) 04/05/2023 Sabatina de Luiz Fernando Corrêa que foi indicado para (ABIN) Agência Brasileira de inteligência na comissão de relações Exteriores. Foto Lula Marques/ Agência Brasil.

A ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) divulgou nesta sexta-feira (27.jun.2025) uma nota de repúdio contra as manifestações da Intelis (União dos Profissionais de Inteligência de Estado), que tenta impedir a presença de delegados de PF (Polícia Federal) em cargos estratégicos na Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A associação reagiu à decisão da Intelis de entrar com uma ação judicial para afastar o diretor-geral da agência, Luiz Fernando Corrêa —delegado federal aposentado e mantido no cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo após ter sido indiciado por obstrução de Justiça no caso da “Abin Paralela”.

Em nota, a ADPF declarou ser “inadmissível e desleal que a carreira seja alvo de ataques imprudentes que buscam diminuir suas competências e atribuições”. A associação criticou as ações alegando que a decisão é “marcada por generalizações indevidas” e que desconsidera a “experiência consolidada dos delegados federais no exercício de funções de elevada complexidade”.

LEIA TAMBÉM!

A Polícia Federal aponta que Corrêa tentou obstruir as investigações sobre o caso da “Abin Paralela”. O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-diretor da agência e deputado federal, Alexandre Ramagem (PL-RJ), também foram indiciados.

A principal crítica dos integrantes da Abin se refere à transferência da gestão da agência para a PF, mesmo após os “escândalos” protagonizados por policiais da corporação em gestões passadas. Luiz Fernando Corrêa foi nomeado diretor-geral da Abin em 30 de maio de 2023, já no governo Lula.

A Intelis já havia obtido a saída de Corrêa em nota divulgada na terça-feira (17.jun).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A organização alega que o próprio diretor removeu funcionários da Abin mencionados nas investigações. “Pela mesma lógica, não pode ele próprio permanecer no cargo máximo da agência, com poderes para continuar incorrendo nos alegados crimes”, declarou.

A Intelis alegou ter advertido o governo sobre a inadequação de designar gestores de delegados da Polícia Federal, mesmo após “escândalos” envolvendo policiais da corporação em administrações anteriores.

Lembre-se que o delegado Ramagem ficou impedido de ocupar o cargo de diretor-geral da Polícia Federal no governo anterior, porém pode retornar para assumir a Direção-Geral da Abin. É absurdo sequer considerar a permanência da atual direção e a continuidade do processo de enfraquecimento e desmonte da Inteligência de Estado.

Leia a íntegra da nota de repúdio da ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal):

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) manifesta seu veemente repúdio às manifestações e pressões indevidas por parte da União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis), que busca questionar a presença de Delegados de Polícia Federal em funções estratégicas na Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), com base em alegações que não se sustentam em fatos concretos.

A ADPF ressalta que os Delegados Federais possuem expertise e experiência em diversas áreas, incluindo inteligência de Estado, e que sua atuação contribui para o fortalecimento das instituições do Estado. A ADPF reafirma seu compromisso com a defesa das prerrogativas da carreira e com a preservação do espaço legítimo ocupado por Delegados Federais no fortalecimento das instituições do Estado brasileiro.

Fonte por: Poder 360

Sair da versão mobile